quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Há 29 anos morria Elis Regina

Há 29 anos morria Elis Regina

Como escutar as músicas “O bêbado e o equilibrista”, “Como nossos Pais”, “Maria, Maria”, “Águas de Março”, “Alô, Alô, Marciano” e “Aquarela do Brasil” e não sentir saudades de uma época em que a Música Popular Brasileira (MPB) estava em uma efervescência de criatividade? Até mesmo quem não viveu as décadas de 60 e 70, senti saudades de uma importante cantora que deixou o Brasil tão cedo órfão de sua presença.

Em 19 de janeiro de 1982, há exatos 29 anos, o Brasil perdia uma de suas maiores e melhores intérpretes da música nacional, Elis Regina.

Filha de Ercy Carvalho e Romeu Costa, nasceu em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) em 17 de março de 1945, a cantora faleceu trágica e prematuramente no Rio de Janeiro quando tinha apenas 36 anos; no auge de sua carreira por intoxicação combinada de Uísque e cocaína. Mas deixou para a MPB uma obra com mais de 35 títulos em sua discografia.

Começou sua carreira de cantora aos onze anos de idade ainda em Porto Alegre em um programa de rádio chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego. Mais tarde, aos 16 anos, lançou seu primeiro LP, Viva a Brotolândia produzido no Rio de Janeiro pela Continental.

Quatro anos depois, em 1964, assinou um contrato com a TV Rio para participar do programa Noites de Gala; é levada por Dom Um Romão para o Beco das Garrafas sob a direção da dupla Luís Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli, com quem se casa em 1967.

Ao final de 1964, Elis conheceu o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da TV Record. Este foi um ano glorioso para carreira da cantora, que ainda receberia a proposta de apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues.

Crítica à ditadura:

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, quando muitos músicos foram perseguidos e exilados. A crítica tornava-se pública em meio às declarações ou nas canções que interpretava. Sua popularidade a manteve fora da prisão.

Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira, com voz ativa da campanha pela Anistia de exilados brasileiros. O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações consagradas de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o hino da anistia. A canção coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na canção, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro. Também merece destaque, o fato de Elis Regina ter se filiado ao PT, em 1981.

Sucessos:

As interpretações de Elis Regina embalaram amores e intrigas também na teledramaturgia brasileira e a fizeram sempre estar presente na memória popular, como em:

• O Casarão (Rede Globo), de 1976, Música: Fascinação;

• Sassaricando (Rede Globo), de 1987, Música: Tiro ao Álvaro;

• Kananga do Japão (Manchete), de 1989, Música: Aquarela do Brasil;

• Éramos Seis (SBT), de 1994, Música: Pra Dizer Adeus;

• História de Amor (Rede Globo), de 1995, Música: Alô, Alô Marciano;

• Fascinação (SBT), de 1998, Música: Carinhoso;

• Um Anjo Caiu do Céu (Rede Globo), de 2001, Música: Só Tinha de Ser com Você;

• Estrela Guia (Rede Globo), de 2001, Música: Como Nossos Pais;

• Insensato Coração (Rede Globo), de 2011, Música: 20 Anos Blue.






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