sexta-feira, 25 de junho de 2010

BRASIL X PORTUGAL

  Daqui a pouco o Brasil entra em campo. É a boa e velha pátria de chuteiras. O país está nas mãos de um técnico que nunca foi técnico, dependendo da inteligência e dos humores do marrento Dunga. Deus nos abençoe!

Mas, o cara vem ganhando e dependerá de suas vitórias para continuar sendo aturado pelo povo ou vir a se transformar em Judas, em culpado ou carrasco de nossos sonhos. Dou crédito ao Dunga e parece que o sucesso no futebol não está relacionado a ser bom mocinho. Lembram do Romário?

Pois é, vai lá Dunga!!!! E que Deus nos abençoe! Que Cristo não nos abandone, e ainda, que 190 milhões de almas orem por nós! Vamos lá Brasillllll...

domingo, 20 de junho de 2010

As cinzas de Saramago são de todos os pobres e oprimidos do mundo.

Cinzas de Saramago devem ficar totalmente em Portugal, decide viúva


Nobel de Literatura de 1998 morreu sexta-feira na Espanha aos 87 anos.

Vitor Sorano (Especial para o G1, em Lisboa) (*)

Inicialmente, a Fundação José Saramago havia divulgado que parte iria para Lanzarote, na Espanha, onde o escritor morava e morreu.

Segundo a Agência Lusa, a mulher de Saramago, Pilar del Río, confirmou a decisão de deixar os despojos em Portugal.

O velório continuava na manhã deste domingo (20) no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa (equivalente, no Brasil, à prefeitura)

No sábado, ao chegar ao velório, o ex-presidente português Mario Soares afirmou ter defendido a entrada de Saramago no Panteão Nacional, onde estão os restos mortais de autoridades e celebridades portuguesas, como a cantora Amália Rodrigues. O local onde as cinzas do escritor serão depositadas, porém, ainda não foi definido. Uma hipótese é Azinhaga do Ribatejo, onde o escritor nasceu, tendo vivido parte de sua vida em Lisboa.

Após uma sessão de discursos, o velório foi fechado ao público e à imprensa para a despedida da família e realização dos preparativos para o transporte do corpo até o cemitério do Alto de São João, onde será cremado. O cortejo deve sair às 12h (8h de Brasília) e seguir ao menos um trecho pelas margens do rio Tejo. A Câmara se localiza na Praça do Município, no centro histórico de Lisboa. O público poderá entrar no cemitério, mas não na sala de cremação.

O presidente da República de Portugal, Cavaco Silva (PSD), em férias nos Açores, não participou das homenagens ao escritor. O chefe de Estado era o primeiro-ministro em 1992 quando o Ministério da Cultura excluiu "O Ensaio sobre a Cegueira", de Saramago, da lista de candidatos portugueses ao Prêmio Europeu de Literatura. Durante a manhã, segundo o jornal português Público, o chefe da Casa Civil da presidência esteve presente.

O caixão estava coberto por uma bandeira de Portugal. As cerca de 200 pessoas que aguardavam o momento aplaudiram quando ele foi levado para o interior do edifício.

O governo português decretou luto oficial de dois dias pela morte de Saramago. O prefeito de Lisboa, Antonio Costa, declarou que é um "orgulho para a cidade receber mais uma vez Saramago.

Ele lembrou em comunicado que Lisboa foi "uma causa que Saramago abraçou" quando presidiu a assembleia municipal em 1990 e assegurou que seu "legado é inestimável".

A igreja perde um crítico

A notícia da morte de José Saramago repercutiu imediatamente em todo o mundo, inclusive entre representantes da Igreja Católica em Portugal, com quem o escritor mantinha uma relação conturbada por abordar de forma polêmica temas religiosos em obras como "O evangelho segundo Jesus Cristo", de 1991, e "Caim", seu romance mais recente, de 2009.

O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre José Tolentino, e o porta-voz da conferência, Padre Manuel Morujão, disseram que o país perde um "expoente" e que a igreja perde um crítico com o qual soube dialogar constantemente. "Seja como for, o diálogo nunca foi cortado e sempre foi possível", disse padre Manuel Morujão, sobre o escritor, que se declarava um ateu.

"[Saramago] combatia as religiões com fúria, dizia que elas nos embaçam nossa visão. Mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui", declarou o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que adaptou "Ensaio sobre a cegueira" para o cinema em 2008.

O escritor vivia na ilha de Lanzarote, nas Canárias, desde 1993 com sua esposa, com quem se casou aos 63 anos.

Expoente da literatura mundial

Saramago era um dos maiores nomes da literatura contemporânea, vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.

Entre seus livros mais conhecidos estão "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante". O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009. Antes de morrer, ele estava trabalhando em um livro sobre tráfico de armas, que chegou a batizar de "Alabardas, alabardas! Espingardas, espingardas", mas deixou inacabado.

O estilo de escrita de Saramago era caracterizado, entre outras experimentações de linguagem, pelos parágrafos muito longos e o uso incomum de pontuações. “Sua literatura era densa e sofisticada e, mesmo assim, era lida por um grande público. Essa é a maior proeza de sua vida”, analisa o professor Frederico Barbosa, que ensinava Saramago em cursinhos de São Paulo e é também diretor do espaço cultural paulistano Casa das Rosas.

"Ensaio sobre a cegueira", que conta a história de uma epidemia branca que cega as pessoas, metáfora da cegueira social, foi levado às telas em um produção hollywoodiana filmada pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles (de "Cidade de Deus") em 2008. O autor, normalmente avesso a adaptações de suas obras, aprovou o trabalho de Meirelles.

Saramago era considerado como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época. Em 1997, escreveu a introdução para o livro de fotos "Terra", em que o fotógrafo Sebastião Salgado retratava a rotina do movimento dos sem-terra no Brasil.

Em 2008, uma exposição sobre o trabalho de Saramago foi exibida no Brasil. "José Saramago: a consistência dos sonhos" trazia cerca de 500 documentos originais e outros tantos digitalizados, reunidos em um formato que, misturando o tradicional e a tecnologia moderna, levavam o visitante a uma agradável e rara viagem pela vida e pela obra do escritor português.

Biografia

O português José de Sousa nasceu em 16 de novembro de 1922, na pequena aldeia portuguesa de Azinhaga, no Ribatejo, região central do país. Ficou mais conhecido, no entanto, pelo sobrenome de sua família paterna, Saramago, que o funcionário do Registro Civil acrescentou após seu nascimento.

Sua família mudou-se para Lisboa quando José tinha dois anos. Aluno brilhante, ele teve de abandonar o ensino secundário aos 12 anos, por causa da falta de recursos de seus pais.

Ateu, cético e pessimista, Saramago sempre teve atuação política marcante e levantava a voz contra as injustiças, a religião constituída e os grandes poderes econômicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo.

"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário", disse em dezembro de 2008, durante apresentação em Madri de "As pequenas memórias", obra em que recorda sua infância entre os 5 e 14 anos.

Saramago: romance 'O Evangelho segundo Jesus Cristo' gerou polêmica com Igreja Católica. (Foto: AFP)Filiado ao Partido Comunista português

Autodescrito como um "comunista libertário", ele também provocou polêmica ao chamar a Bíblia de "manual de maus costumes". Ao longo de seis décadas de carreira literária, publicou cerca de 30 obras, entre romances, poesia, ensaios, memórias e teatro.

Saramago publicou seu primeiro romance, "Terra do pecado", em 1947. Em 1969, sob a ditadura salazarista, ele filiou-se ao Partido Comunista português. Depois de 47, ele ficou quase 20 anos sem publicar, argumentando que "não tinha nada a dizer". Na época, teve empregos públicos e trabalhou como editor e jornalista.

Entre 1966 e 1975, publicou poesia: "Os poemas possíveis", "Provavelmente alegria" e "O ano de 1993". Em 1977, publicou o romance "Manual de pintura e caligrafia". Depois, vieram os contos de "Objeto quase" (1978) e a peça "A noite" (1979).

Mas o reconhecimento mundial só chegou com "Memorial do convento", de 1982, a que se seguiu "O ano da morte de Ricardo Reis", dois anos depois. Os dois romances receberam o prêmio do PEN Clube Português.

Nobel e Camões ao desafeto da Igreja

Seu romance "O evangelho segundo Jesus Cristo", de 1991, provocou polêmica com a Igreja Católica e foi proibido em Portugal em 1992.

O romance mostrava um Jesus humano, com dúvidas, fraquezas e conversando com um Deus cruel. Em um dos episódios, Jesus perdia sua virgindade com Maria Madalena.

Um ano depois disso, ele decidiu se mudar para a ilha de Lanzarote, no arquipélago espanhol das Canárias, onde ficou até morrer, sempre acompanhado pela sua segunda mulher, a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río.

Em 1995, ganhou o Prêmio Camões pelo conjunto da obra e publicou "Ensaio sobre a cegueira".

Em 1998, ele recebeu o Nobel de Literatura. Na justificativa da premiação, a academia afirmou que o português criou uma obra em que, "mediante parábolas sustentadas com imaginação, compaixão e ironia, nos permite captar uma realidade fugitiva".

Seu último romance foi "Caim", de 2009, também bastante criticado pela Igreja Católica por conta de sua visão pouco ortodoxa do Velho Testamento.

* Com agências internacionais

Encerrada a gerve de fome de Dutra, Therezinha e Mané....

Reproduzo mensagem de uma insuspeita militante, por quem tenho apreço, admiração, carinho e o máximo respeito:

Oi querido, Dimas


Rememorando Agostinho Neto - "a força do povo". Eis o rsultado:

UMA DECISÃO ACUADA

Embora não esteja na página oficial do PT, está em “PT na Câmara” Site Oficial da Liderança do PT, sábado, 19 de junho, 2010 (www.informes.org.br), veiculado no Boletim Informes nº 4506.

e:

Data: 19 de junho de 2010 05:20

Assunto: Informes nº 4506

Domingos Dutra e Manoel da Conceição encerram greve de fome

A celebração de um acordo coordenado pelo líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), levou o deputado Domingos Dutra (PT-MA) e o líder camponês Manoel da Conceição a encerrarem a greve de fome iniciada no último dia 11. O entendimento prevê como item central o reconhecimento do direito dos petistas que compõem o campo político liderado por Domingos Dutra de apoiarem Flávio Dino, candidato a governador do Maranhão pelo PCdoB.

Segundo os termos do acordo, há o “reconhecimento do direito dos companheiros do Maranhão de apoiarem os candidatos majoritários de sua escolha dentro do arco de alianças nacional”. A decisão de suspender a greve foi tomada após entendimento entre a Liderança do PT e o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra.

O líder do PT, deputado Fernando Ferro, avaliou que o acordo foi positivo."Acho que foi um esforço importante o reconhecimento de um impasse que existia e que nós queríamos superar porque o nosso objetivo principal é a vitória da candidata Dilma Rousseff nas eleições, reconhecendo também as questões regionais. Felizmente, graças à negociação e um processo de reconhecimento de lideranças históricas do PT, e com ajuda da direção nacional do partido, conseguimos estabelecer os procedimentos para o PT fazer a campanha no Maranhão. Por fim, saudamos a vontade política das partes em ajustar esse procedimento que pôs fim à greve de fome dos companheiros, o que para nós é importante tanto para preservá-los como seres humanos, com direitos, como figuras políticas importantes para a história do PT", afirmou.

Colaboraram no processo de finalização do entendimento os deputados petistas Magela (DF), Maria do Rosário (RS) e Virgílio Guimarães (MG), entre outros.

BEIJOS QUERIDO

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre José Saramago. Leia seu último post. Pensar, pensar...


"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."
(Junho 18, 2010 por Fundação José Saramago / Última postagem no blog ofical do escritor. Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008.)

*José Saramago pelas lentes do fotógrafo Sebastião Salgado, que lamentou a perda: "Ele sempre foi um militante, comprometido com as causas sociais".

O corpo do escritor português José Saramago, que morreu nesta sexta-feira (18) em sua residência nas Ilhas Canárias, está sendo velado em uma biblioteca que leva o seu nome na cidade de Tías, localizada na ilha canária de Lanzarote. O prefeito de Tías, José Juan Cruz, decretou três dias de luto pelo escritor de "Ensaio sobre a cegueira", que estava com 87 anos e sofria de leucemia e problemas respiratórios.

A MISÉRIA DA POLÍTICA

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."
(Palavras de José Saramago, na apresentação pública do seu “Ensaio sobre a Cegueira”).

Fala-se muito do exército de miseráveis que inunda nosso país, estas figuras esquálidas e maltrapilhas estão cotidianamente agredindo nossas retinas no campo e nas cidades. Invadem as ruas, igrejas, restaurantes, lanchonetes e outros lugares de grande circulação mendigando um pouco de comida. As crianças povoam os semáforos implorando uma moeda, por vezes se contentariam com um gesto de educação, um sorriso, um bom tratamento.

Nesse ambiente os desvalidos estão prontos para exercer seu direito ao voto em troca de uma camisa, uns trocados, um pote, um filtro, o aviamento de uma receita médica ou mesmo pela ilusão de promessas fugidias de uma vida melhor. É um raro momento de êxtase, os miseráveis se vêem repentinamente lembrados e, como que obra de um artifício mágico, se acham de vez disputados por todos.

Uma amnésia aguda acomete aqueles que votam de tempos em tempos e nas próximas eleições já não lembram em quem escolheram para Vereador, Prefeito, Deputado, Senador, Governador ou mesmo Presidente da República. Eis os primeiros culpados, pois é do voto, do exercício responsável na política, de onde podem vir soluções para os problemas da política.

Diz-se pouco, entretanto, da origem disso tudo. No nosso caso a indigência econômica, deriva principalmente da pobreza da política. Os eleitos, que receberam os votos dos que vão esquecer em quem votaram serão também acometidos da amnésia de esquecer as promessas feitas nas campanhas eleitorais. De onde então, pode vir o dever de lembrar os políticos dos seus compromissos assumidos?

A resposta deveria vir primeiramente da sociedade civil organizada, da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, ABI – Associação Brasileira de Imprensa, da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos, e veio. Veio de uma forma singela oferecida pela iniciativa popular de lei prevista na Constituição da República. A Lei da ficha limpa, contra os fichas sujas, políticos sujos que vivem da política. O TSE carimbou a essência do ato normativo.

Poderia vir da imprensa, da mídia, mas parece que estão todos comprometidos ou então tomaram partido na luta política. Esqueceram assim, também o compromisso com a notícia, com a verdade jornalística que exige checar fontes; ouvir os diversos lados envolvidos; e, se não a neutralidade, porque não a opção pela isenção. A Imprensa tem donos.

Abro os jornais, a internet, ligo os rádios e a televisão e não encontro respostas contra a miséria da política. Só entrevejo exageros, linchamentos públicos, achincalhamento de toda ordem, assistimos à sociedade do espetáculo. Cabe por último aos intelectuais, poetas e artistas, sem niilismo, com uma boa dose de humor e outra de seriedade, por compromisso com a nação colocar o dedo na ferida.

Urge que haja resistência! Vamos renovar a política na Política! Não vamos votar nos velhos de corpo ou de espírito. Vamos todos dizer não aos que se reelegem sistematicamente na esquerda e na direita. Vamos dizer não a corrupção, ao fisiologismo, mas também ao personalismo e ao carreirismo. Vamos dizer não ao troca-troca de partidos políticos, que só querem cargos, empregos e dinheiro público. Por que tantos “não”? Porque precisamos fortalecer e dizer sim a DEMOCRACIA.

ENTRE A POESIA E A POLÍTICA

Somos desafiados a optar constantemente. As escolhas mais fundamentais que ditam os rumos de nossa própria existência demandam invariavelmente dúvidas, impasses, incertezas e sérias reflexões. Para quem sobrevive da palavra, quer seja como poeta, político, advogado ou professor, a escolha entre ciência e política ou entre poesia e política, vem quase sempre embalada por uma disputa argumentativa interior que embasará a decisão, e este processo adquire, de tempos em tempos, contornos dramáticos.

A conquista de espaços, o preço da vitória ou da derrota, a busca da felicidade, exigem sacrifícios que nem sempre contentarão a todos. Fernando Pessoa demonstra uma aguda percepção sobre isso, traduzida em poesia fina e aguda, a respeito do preço de grandes atos e gestos das pessoas, conseguindo explicar bem melhor que qualquer homem público ou aqueles que atuam no território das ciências o que está verdadeiramente em jogo:

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!”

No Maranhão, o já pantanoso terreno da política está a exigir nos dias de hoje entre nós, uma outra forma de olhar, mais crítico é certo, porém mais generoso e com os olhos postos no futuro. A guerra de todos contra todos produz vítimas que ultrapassam as pessoas diretamente envolvidas nos conflitos. Pensando desse modo, enxergo certas irracionalidades nos acontecimentos políticos em curso no nosso Maranhão bom e velho cansado de guerra.

Parece que há uma guerra deflagrada. Fala-se por aí que existem jornalistas, assessores e políticos afirmando que guerra é Guerra! E campanha política é lama. Tudo bem. Mas mesmo as guerras possuem regras. Os prisioneiros têm direitos e os vencidos não podem ser massacrados. Quem vence não tripudia.

A Política tem a tarefa de construir e manter pontes, de produzir canais de interlocução mantendo-os sempre abertos. Os vencidos sempre terão razões a serem consideradas. O diálogo é um caminho difícil, mas deixa os espíritos democráticos mais livres e arejados. Eis-nos assim, diante da vitória da civilidade, do entendimento e da democracia. O poeta lusitano entendeu perfeitamente o êxito dos grandes gestos:

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Um Estado pobre como o nosso Maranhão, com esse nível de pendengas políticas, parece que ainda terá muito mais o que perder. Talvez entre a poesia e a política a salvação não esteja na terra dos homens pequenos, mas no mar, no céu, nas estrelas e no amor, ingredientes que fazem a boa poesia dos mais sensíveis. E assim entre a política fratricida e a poesia, me restou como opção o lado mais digno e generoso dos versos e das rimas.

domingo, 6 de junho de 2010

POLÍTICA, POESIA, PUREZA E JUSTIÇA NA LUTA!


Quando os cenhos estão franzidos e a racionalidade perdida para as paixões irracionais é hora de abrir espaços para outros discursos. Quando tudo vira uma bandeira e ninguém escuta ao outro, talvez seja o instante de ofertar nossos ouvidos aos poetas. Então vamos à poesia...



Do povo buscamos a força



"Não basta que seja pura e justa
a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça
existam dentro de nós.


Dos que vieram
e conosco se aliaram
muitos traziam sombras no olhar
intenções estranhas.


Para alguns deles a razão da luta
era só ódio: um ódio antigo
centrado e surdo
como uma lança.


Para alguns outros era uma bolsa
bolsa vazia (queriam enchê-la)
queriam enchê-la com coisas sujas
inconfessáveis.


Outros viemos.
Lutar para nós é ver aquilo
que o Povo quer
realizado.


É ter a terra onde nascemos.
É sermos livres pra trabalhar.
É ter pra nós o que criamos
lutar pra nós é um destino -
é uma ponte entre a descrença
e a certeza do mundo novo.
Na mesma barca nos encontramos.
Todos concordam - vamos lutar.


Lutar pra quê?
Pra dar vazão ao ódio antigo?
ou pra ganharmos a liberdade
e ter pra nós o que criamos?


Na mesma barca nos encontramos.
Quem há-de ser o timoneiro?
Ah as tramas que eles teceram!
Ah as lutas que aí travamos!


Mantivemo-nos firmes: no povo
buscáramos a força
e a razão.


Inexoravelmente
como uma onda que ninguém trava
vencemos.
O Povo tomou a direção da barca.


Mas a lição lá está, foi aprendida:
Não basta que seja pura e justa
a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça
existam dentro de nós."


(AGOSTINHO NETO, poeta, médico, líder do MPLA e primeiro Presidente da República de Angola)

SOBRE OS RISCOS NA VIDA E NA POLÍTICA


3. Clayton Noleto - Presidente Municipal do PCdo B, postado em 22 de maio de 2010


O professor Dimas Salustiano, ao se prender meramente à exposição dos fatos, assume o risco de provocar interpretações dúbias quanto ao seu pocionamento diante à vergonhosa iniciativa de parte do PT em apoiar a candidatura de Roseana Sarney. Seria bom se os posts viessem acompanhados de uma reflexão crítica quanto ao relatado.

Clayton Noleto - Presidente Municipal do PCdo B de Imperatriz


3. Prezado Clayton, dileto amigo:


Preliminarmente quero parabenizá-lo pela candidatura a Deputado Federal, nossos dirigentes estaduais escolheram bem.

Sobre seu comentário, cada uma das respostas acima são suas respostas também.

Mas, antes, só posso dizer que tudo na vida está por um triz e cada ação traduz um risco.

Fique tranqüilo amigo jamais sentarei no colo do PSDB ou de seus governos, não tenho história de trair meus amigos e ideais, por muito tempo ando uma trajetória de honestidade e retidão, já fui convidado para muitos governos e coisas boas, porém preferi os amigos, a poesia e as estrelas.

Por isso lhe ofereço uma poesia em nome de todos meus irmãos e camaradas de Imperatriz:

Este é tempo de partido,


tempo de homens partidos.


Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.


As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.


Visito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda?


Miúdas certezas de empréstimo, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.


Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.


São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras,
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir.


("Nosso Tempo" de Carlos Drummond de Andrade)

SOBRE O TEMPO E FIRMEZA IDEOLÓGICA


2. Dalva postado em 23 de maio de 2010

Querido Dimas,

Em virtude do acidente automobilístico que nos reteve na BR, não chegamos a tempo para o Ato Solene de Desinfecção da Estrela do Glorioso PT.

Contudo, superado o susto do sinistro, participamos desde a abertura do Encontro com a presença de mais de 200 pessoas entre filiados, militantes de delegados e convidados (as).

Conforme deliberamos no Encontro de Março, no qual aprovamos a Política de Aliança, realizamos o Encontro de Maio e definimos as candidaturas: de Terezinha Fernandes à Vice-Governadoria, Bira do Pindaré ao Senador da República e os suplentes: Colaço e Franklin e, concomitantemente, nossos candidatos à Câmara Federal e à Assembléia Legislativa.

Portanto, temos a convicção que contribuiremos para o que dizem as companheiras: VAI AVANÇAR... VAI AVANÇAR A UNIDADE POPULAR! Com Dilma Lá e Flávio Cá.

Ah! Poderias ter economizado tempo e espaço ao reproduzires o Ofício da Sorg.

Beijos,

Dalva

2. Dalvinha minha irmã querida:

Lamento pelo acontecido, só vim saber pelo Jorge nosso irmão, dias depois, do acidente e da sua passagem por São Luís. Torço por vocês. Admiro sua militância aguerrida, sua juventude espiritual e sua honestidade política. Eu é que não tenho mais jeito para entregrar panfletos. Perdi a prática.

Sobre o tempo. Acho que os intelectuais e professores como eu sabem usá-lo melhor que um capitalista. Mas, o tempo continua sendo o senhor da razão. Tomara que venham notícias melhores do front político. Ficaremos felizes juntos.

Estou firme no mesmo lugar com honestidade, integridade e trabalho duro. Luto ao meu modo pelo socialismo e sou um esperançoso por um Maranhão justo e livre. Porém, não integro o gabinete, nem o núcleo duro da campanha de Flávio. Também não sou da comissão política do PC do B. O PT saberá escolher os seus destinos para o bem ou para o mal.

Um beijo menina e tenha cuidado nas estradas da vida e da política que parece oferecer caminhos tortuosos!

FALANDO SOBRE TORCER OU INDEPENDÊNCIA POLÍTICA

Eis-nos aqui falando de política e este não era o desejo inicial destas páginas, mas como os comentários vieram vamos a eles:

1.Carlos Alexandre postado em 25 de maio de 2010 as 8:12


Não o conheço, mas pelo que me contaram você é do PCdoB. Mas parece que você torce contra a candidatura do Flávio Dino. Certo?

Vamos às respostas:


Errado!

Prezado Carlos:

Preliminarmente gostaria de conhecê-lo, no meu site (WWW.dimas.pro.br) você terá todos meus contatos, será um prazer trocar idéias.

Tenho todos os motivos para torcer a favor de Flávio Dino, somos amigos de longa data, fomos companheiros de ME na UFMA, somos professores concursados do DEDIR/UFMA e atuamos na área jurídica como advogados, me filiei ao PC do B após mais de 25 anos de filiação ao PT, fiz essa opção muito por causa de Flávio Dino, de quem acredito e espero por honestidade, competência, trabalho e por um Maranhão justo, livre e democrático. Por isso tudo não torço contra.

Contudo, sou amigo e não sou funcionário de Flávio Dino. Sou companheiro de lutas e não puxa saco. Virei camarada do PC do B, mas, jamais escudeiro cego e mudo, ou, capacho. Tenho minhas opiniões próprias. Sei que muitas delas não possuem terreno fértil para vicejar no momento. Por isso, como militante disciplinado, opto pelo silêncio.

Tenho ojeriza a patrulhamentos ideológicos de qualquer espécie e maniqueísmos de qualquer gênero. Prefiro ser um professor que zela pela Liberdade de Cátedra e um intelectual que preza pelo livre pensar.

Por último, não vivo da política e não acredito em político profissional. Como professor, educador, advogado e intelectual vivo pela dignidade da política.

REFLEXÕES, AUSÊNCIAS E A PAUTA POLÍTICA

Fiquei um bom período sem escrever, estive pensando e pensar não é tarefa fácil. Tem muita gente que age sem pensar. Na maioria das vezes, agir sem pensar é um desastre.


Nestes últimos dias, me dei ao trabalho de refletir sobre certas coisas da vida, dentre elas a política, amizades, lealdades e as opções que cotidianamente temos que fazer, algumas delas, sem ao menos sabermos, serão determinantes para o restante de nossas vidas.

Por isso deixei alguns comentários nos blog’s sem resposta, mantenho um no blogspot e outro no imirante. Juntei os comentários e respostas nos dois espaços em atenção aos demais leitores, são poucos mais sinceros. A gentileza e educação me orientam inclusive a dar um destaque maior a estes diletos leitores.

Antes, devo reiterar algumas posições sobre minhas idéias aqui expressas:

1) Quem escreve deseja ser lido. Mas, ao ser lido se despede daquilo que escreveu. Uma pluralidade de outros autores sempre estará à espreita.


O Ledor que mastiga, devora e trai o texto produzido para ser lido, por tantos outros, reinventa o que leu por sua própria interpretação.


Quem não escreve jamais se arrisca na aventura de registrar o que sonha e pensa. Sempre vai imaginar no outro um pecador, e em si mesmo, um ser a salvo das críticas.


Por essa razão, que de conversa em conversa, de erro em erro, vou arrumando uma palavra atrás da outra. Na condição de passageiro da liberdade e da imaginação no ato de escrever


2) É bom deixar claro que o meu post, não expressa o meu desejo, nem tampouco o meu querer.


Mas, alerta para uma situação real, para a qual temos que nos preparar.


É o fim de uma época idílica, que na verdade já se encerrou já faz muito tempo. Disso tudo, surgirá um PT no Maranhão assemelhado ao PT Nacional com negociações pragmáticas e desejoso de poder.


Atentemos para esse cenário.


Eis-nos aqui falando de política e este não era o desejo inicial destas páginas, mas como os comentários vieram vamos a eles: