Pela pesquisa, 45% considera transporte público 'muito bom' ou 'bom'.
Instituto ouviu 2.786 pessoas em 146 cidades brasileiras em 2010.
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira (4) aponta que quase metade dos motoristas brasileiros (cerca de 43,5%) dizem que enfrentam diariamente congestionamentos no país. Quando a mesma pergunta é feita para os passageiros de transporte público coletivo e aos motociclistas, a porcentagem dos que responderam que enfrentam trânsito intenso todos os dias cai para 35,06% e 28,07%, respectivamente.
Ao todo, mais da metade dos que se locomovem em motos ouvidos na pesquisa (54,09%) dizem que nunca enfrentam congestionamento. Entre os que usam ônibus, trem ou metrô público, 24,21% dizem que nunca enfrentam engarrafamentos.
O levantamento do Ipea foi realizado dentro do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) e analisou a percepção dos brasileiros sobre a questão da mobilidade urbana. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas domiciliares e teve 2.786 questionários respondidos por pessoas com mais de 18 anos entre os dias 4 e 20 de agosto de 2010. Foram ouvidas pessoas em 146 municípios do país, entre eles cidades de todas as regiões metropolitanas brasileiras. O nível de confiabilidade da pesquisa, conforme o Ipea, é de 95%.
Conforme o levantamento divulgado nesta quarta-feira, 45,83% dos usuários de transporte coletivo no país avaliam como “muito bom” ou “bom” sua qualidade. A porcentagem dos que os considera “regular”, “ruim” ou “muito ruim” é superior à metade da população ouvida – cerca de 53,68%.
Quando a avaliação é feita para a qualidade da locomoção por motos, 86,65% dos motociclistas consideram o meio como “muito bom” ou “bom” e apenas 11,55% atribuíram à moto a avaliação que variou de “regular” até “muito ruim”.
Segurança
Quando o quesito é segurança, a percepção dos brasileiros é de que andar a pé ou de carro é mais seguro do que usar bicicleta, moto ou transporte coletivo. Pelo menos 54,63% dos ouvidos dizem que sempre se sentem seguros quando estão na direção de um veículo, e outros 50% se sentem sempre seguros caminhando.
Apenas 31,71% acham que “sempre” estão seguros no transporte público e 23,98% acreditam que “nunca” estão seguros dentro de um ônibus ou de um metrô.
A representação dos que nunca se sentem seguros é maior entre os ciclistas, chegando a 27,84% dos adeptos das bicicletas como meio de transporte.
A pesquisa apontou que mesmo após terem sido assaltados, os motoristas de carro dizem que se sentem mais seguros ao volante do que em outro meio de locomoção. Dentre os que já sofreram violência no trânsito, 81% "sempre" ou "na maioria das vezes" se sentem seguros. A sensação é inversa entre os passageiros de transporte público que já foram assaltados - a maioria (62%) "raramente" ou "nunca" se sente segura em ônibus ou metrôs.
Meio de transporte mais usado
Outro ponto da pesquisa do Ipea mostrou que 60% das pessoas utilizam meio de transporte público para se locomover nas regiões metropolitanas, enquanto que este número cai para 24,55% nas cidades do interior.
A porcentagem dos que dizem usar carro tanto nas grandes cidades quanto nas pequenas é semelhante: 22,55% usam o veículo para se locomoverem com mais frequência nas regiões metropolitanas, enquanto que no interior do país o número sobe para 25,28%. O número de pessoas que anda a pé e de bicicleta no interior é três vezes superior ao das grandes capitais, segundo o Ipea.
A primeira parte da pesquisa do Ipea que analisou a percepção dos brasileiros sobre mobilidade urbana foi divulgada em janeiro deste ano e mostrou que o gasto do brasileiro com transporte público cresceu nos últimos anos e que, atualmente, é praticamente igual a despesa com alimentação.
*Fonte: www.g1.com.br
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