segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ensino superior no Maranhão aumentou 300% em oito anos

Os dados do MEC mostram que houve uma interiorização do ensino superior no Maranhão.

Dados do Ministério da Educação (MEC) mostram que, em um período de oito anos, triplicou o número de Instituições de Ensino Superior (IES) em todo o Maranhão. Segundo o Censo da Educação Superior, em 2001 havia 11 entidades de ensino superior no estado; em 2009, pelos dados do MEC, esse número saltou para 32 IES. O número de cursos presenciais também aumentou expressivamente nesse período: saltou de 155 para 403.

Os dados do MEC mostram que houve uma interiorização do ensino superior no Maranhão e também um crescimento das instituições privadas durante o período. Das 11 entidades homologadas pelo Ministério da Educação em 2001, por exemplo, oito delas ficavam em São Luís e três no interior do estado. Em 2009, das 32 instituições de ensino superior, 17 já estavam abrigadas no interior.

Isso significa que em oito anos o número de faculdades, centros universitários e universidades fora de São Luís aumentou 466%. A quantidade de campi existentes em São Luís também cresceu, mas de forma menos expressiva. De 11, passaram para 15. Um crescimento de 36%, quase dez vezes menos do que no restante do estado.

Os números de 2001 indicam que das 11 IES que estavam funcionando no Maranhão, oito delas eram da rede privada. Já em 2009, das 32 IES, 28 são da rede privada. Além de aumentar a sua fatia no universo geral das instituições de ensino superior (a participação da rede privada passou de 72% em 2001 para 87,5% em 2009), os dados do Ministério da Educação revelam que a quantidade de faculdades e centros universitários privados aumentou 250% em oito anos.

Especialistas em ensino superior mostram que esse crescimento do ensino público superior no Maranhão é fruto de alguns fatores. Com a entrada das instituições privadas no estado, abriu-se a possibilidade de se atender a uma demanda historicamente reprimida pelo ensino de terceiro grau. "As instituições públicas, até hoje, não conseguem atender a uma demanda crescente do ensino superior", declara o reitor em exercício do Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma), Marcos Barros.

Justificativas

Segundo os especialistas, durante a década de 2000, a abertura de financiamento público para estudantes por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o advento do Prouni (Programa Universidade para Todos), em 2004, que passou a conceder bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação em instituições privadas de educação superior, ajudaram a facilitar o acesso das pessoas mais humildes à educação de terceiro grau. Somente para efeito de comparação, apenas no ano de 2009 foram concedidas 3.357 bolsas do Prouni em todo o Maranhão (1.881 no primeiro semestre e 1.476 no segundo). Em 2005, eram apenas 853 bolsas. Isso significa que somente o Prouni cresceu no estado 293% em quatro anos.

Segundo Marcos Barros, também podem ser listados outros aspectos que colaboraram para o crescimento expressivo do ensino superior no Maranhão, como a melhoria do nível de vida das classes C, D e E no estado durante os últimos anos e o próprio crescimento do Maranhão, cujo Produto Interno Bruto (PIB) teve elevação acima da média nordestina nos últimos anos.

Além disso, Barros destaca que a possibilidade de o estado receber investimentos da ordem de R$ 100 bilhões nos próximos anos também poderá contribuir para esse processo. "Com essa nova realidade econômica, existem pessoas que voltaram a estudar ou pessoas que querem dar a seus filhos a oportunidade de fazer um curso superior porque não tiveram condições quando eram jovens", destacou. "Ainda temos uma mão de obra não qualificada, e com esses novos investimentos muitos querem recuperar o tempo perdido. Afinal, investir em educação superior significa melhores salários", finalizou.

Um exemplo dessa nova realidade é da supervisora de compras Silma Cristina Santos de Sousa, de 25 anos. Estudante de Ciências Contábeis da Faculdade Atenas Maranhense (Fama), Silma prestou vestibular uma vez para a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mas não passou. Em outras seleções, chegou a conseguir uma bolsa para o Prouni, mas não era para a graduação que desejava. "Quando consegui emprego, resolvi pagar minha faculdade. Não ia deixar um sonho por falta de vagas na universidade pública", revela Silma. (Wilson Lima/O Estado)

*Fonte: www.imirante.com

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