sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Em discurso, Kadhafi reafirma que vai 'triunfar sobre inimigos' na Líbia

Em discurso, Kadhafi reafirma que vai 'triunfar sobre inimigos' na Líbia

TV mostrou ditador falando para multidão em praça na capital, Trípoli.
Rebeldes contrários ao governo ganham terreno e tomam partes do país.

O ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, voltou à TV nesta sexta-feira (25) e disse que vai "triunfar sobre os inimigos", em meio aos protestos que tomam o país do norte da África e cuja repressão pelas forças de segurança já provocou as mortes de centenas de pessoas.

As imagens mostraram o coronel, que está no poder desde 1º de setembro de 1969, falando a uma multidão de partidários na Praça Verde, na capital líbia, Trípoli.

Ele pediu à população que "se prepare" e proteja o país e também as instalações petrolíferas, importante fonte de riqueza da região. O país é o 12º maior produtor mundial de petróleo .

"O povo líbio ama Kadhafi", disse à multidão.

Em tom ameaçador, Kadhafi falou que, se necessário, vai abrir os arsenais do país para armar a população e as tribos.

"Retaliem contra eles, retaliem contra eles", disse Kadhafi. "Dancem, cantem e se preparem. Preparem-se para defender a Líbia, para defender o petróleo, a dignidade e a independência."

Avanço rebelde

Enquanto isso, os rebeldes contrários ao seu governo, que já praticamente tomaram o leste do país a partir da cidade de Benghazi, continuavam seu avanço em outras regiões do território líbio.

Kadhafi ainda domina a capital, mas, segundo testemunhas, algumas áreas de Trípoli já estão em poder dos rebeldes. Há relatos de que forças de segurança atiraram contra manifestantes em vários bairros nesta sexta, provocando mortes.

Enquanto isso, cresce a ofensiva diplomática contra o ditador, com a União Europeia e o Conselho de Segurança da ONU preparando sanções contra o governo.

A Otan e a Europa pressionaram o regime, unindo forças para resgatar estrangeiros na Líbia, e líderes europeus defendem o estabelecimento de uma zona aérea restrita sobre o país.

O comandante da Otan, Anders Fogh Rasmussen, encontrou os ministros europeus da Defesa em Godollo, Hungria, para discutir um amplo esforço de evacuação de estrangeiros.

Já em Bruxelas, o bloco de 27 nações concordou em embargar o envio de armamentos, congelar bens e banir a venda de equipamentos de segurança utilizados contra manifestantes.

A expectativa é que as sanções entrem em vigor em alguns dias, informaram fontes diplomáticas à AFP.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU recomendou a suspensão da Líbia e decidiu enviar uma missão ao país para avaliar as violações. Durante a sessão, a delegação líbia anunciou seu rompimento com Kadhafi.

Vários diplomatas e autoridades líbios também estão renunciando a seus cargos ou rompendo com o ditador, o que evidencia seu isolamento.

As Nações Unidas seguem preocupadas com a situação humanitária do pais, temendo uma crise na distribuição de alimentos no país e também um colapso gerado pelas mais de 30 mil pessoas que deixaram o país, temerosas da violência.

O número de mortos pela repressão aos protestos é uma incógnita. O governo fala em pelo menos 300, mas organizações e outras fontes, como o embaixador adjunto da missão líbia na ONU, Ibrahim Dabbashi, falam em "milhares".









*Fonte: http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/02/kadhafi-reafirma-que-vai-triunfar-sobre-inimigos-na-libia.html

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