terça-feira, 26 de julho de 2011

Professor Dimas é entrevistado pelo blogueiro e Professor Isnande Barros

Professor Dimas quebra o silêncio sobre a Política Maranhense em entrevista ao Blogueiro e Professor Isnande Barros

Em Imperatriz, ainda no ano passado, após coordenar um bem sucedido congresso jurídico, encontro o colega professor Isnande Barros, que se destaca cada vez mais como um protagonista da “Imperoza”, blogueiro da cidade, um daqueles mais lidos e que forma opinião. O professor Isnande então sonda, indaga e propõe um pinga-fogo. A correria do dia-a-dia, os compromissos profissionais e uma aversão de falar sobre política no Maranhão, adiaram por um bom tempo este bate-papo virtual, embora real e presente. O pinga-fogo segue abaixo:

A volta ao PT?

Partido ao qual me filiei em 1985. No qual fui candidato a Vice-Prefeito de Paço do Lumiar com Domingos Dutra (hoje Deputado Federal) em 1992, e depois de uma passagem pelo Palácio do Planalto a convite do meu amigo José Antonio Dias Tofolli (na época Sub Chefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, hoje Ministro do STF), fui candidato a Vice-Prefeito de São Luís com Helena Heluy em 2004. É o destino natural, onde tenho origem, relações políticas sólidas e de onde não deveria ter saído. Onde muitos enxergam desordem, eu vejo espaço para discussão e debate. Onde classificam como dois ou três, ou vários partidos vejo um Partido Democrático que não tem donos. Um Partido que governou o Brasil com Lula e agora dirige o país com Dilma, que tirou mais de 40 milhões de brasileiros da pobreza, que criou o, “Bolsa Família”, “PROUNI”, “LUZ para TODOS”, “Minha CASA, minha VIDA”, merece além de admiração, confiança e respeito. Agora erros todos cometem e isso só serve para distinguir os espaços da Teologia, da Filosofia (Moral) e da Política.

Adesão ao Grupo Sarney?

Temos que pensar um Maranhão para além do Sarney. Os velhos protagonistas estão saindo de cena, Jáckson Lago se foi, Neiva Moreira, Cafeteira estão indo, Lobão e Castelo preparam seus sucessores. Nessa vida temos poucas certezas, talvez a única é o nosso encontro com o Criador. Com Deus. Não sou Roseanista, não sou Sarneysista, não sou governista. Sou do PT. O fato é que existe um governo de coalizão no plano federal com o PMDB na Vice Presidência da República e no plano estadual um governo de coalizão com o PT ocupando a Vice-Governadoria. A aliança PT/PMDB foi construída com base em discussões políticas e após os respectivos pleitos, é inerente do processo político que esteja nos ombros dos eleitos o peso da governabilidade e seus aliados venham ocupar espaços de proa na estrutura governamental. Não sou adesista, nem tampouco o PT o é. Tudo que acontece é resultado de um amplo diálogo, e das conversas surgem teses. Os Encontros do PT são soberanos e somos um Partido Nacional. As bases podem, podem muito, mas não podem tudo.

Candidatura a Prefeito de Imperatriz?

Quanto a minha pessoa. Não me vejo como candidato. Considero que minhas aptidões estão mais afinadas com a técnica jurídica, com a técnica administrativa e com a gestão governamental. Estou mais sintonizado com atividades de execução, coordenação e assessoramento. Quando voltei do Sul do Brasil, apesar de inúmeros convites para por lá permanecer, me via em Curitiba, uma cidade modelo, padrão, como estrangeiro no meu próprio país. Sabia que ainda teria muito que realizar na minha terra, meu torrão, esse Maranhão de meu Deus, com tantas desigualdades e deformações. Por isso estou aqui. Agora quanto ao PT. É uma possibilidade bastante concreta que o partido opte por candidatura própria, surgem os nomes de Valdinar Barros, Expedito Barroso, Terezinha Fernandes e Adalberto Franklin. Com um arco de alianças mais amplo, que pode incluir o PDT, PSB, PPS e PC do B, mas não podemos descartar de chofre conversas com o PV e o próprio PMDB. É necessário fazer uma oposição racional, qualificada e diferente ao PSDB. Sebastião Madeira tem popularidade, é um homem que vai ao Mercadinho, frequenta os restaurantes e circula pelas ruas da cidade. Mas, seu governo de um modo geral é ruim, não possui um projeto para Imperatriz, é um governo de tapa-buracos. A cidade necessita agora é se preparar para eleger um prefeito que pense e planeje a cidade, seja um estadista, faça parcerias, tenha projetos exeqüíveis e soluções para os problemas de trânsito, de acessibilidade, inteligência para atrair novos investimentos, criatividade para dotar Imperatriz de equipamentos urbanos que gere bem-estar par seus cidadãos.

Qual o futuro do PT no Maranhão?

Dependerá muito do desempenho do Governo Dilma e dos resultados que alcançar no campo das políticas públicas que executar no Estado. Defendo que tenhamos um novo PT no Maranhão com um perfil equilibrado entre o chão da fábrica, as lutas no campo e uma maior inserção de profissionais liberais, professores, pequenos e médios empresários. Considero que o Zé Carlos, Superintendente da Caixa, nessas eleições eleito Deputado Estadual, traduz essa nova fisionomia.

Qual o futuro do PT de Imperatriz?

Terá que ser um partido mais amplo, plural e democrático, sem donos, portanto. Vejo que, o meu reingresso, e o do ex-veredor Ednardo Filgueiras consolida essa posição. Além disso, estamos conseguindo ampliar a interlocução com setores descontentes e novos filiados como é caso dos Professores de Educação Física Sandow Feques e Getúlio Melo. Além de contadores, advogados, professores, sindicalistas e pequenos e médios empresários.

E a fuga de filiados do PT?

Você estava no PT até ontem. Era Presidente do Partido em Imperatriz. Falo aqui não com um neófito nas coisas da política. Portanto, encaro com a maior naturalidade a saída de filiados, isso não faz alguém nem melhor, nem pior que os outros. Vejo as mudanças como algo salutar. Assim, como verificamos defecções. Percebo igualmente muitas adesões, pessoas irrequietas, desejosas de nos ajudar a governar o país, o Maranhão e Imperatriz.

Para finalizar.

Meu colega professor, Isnande, você bem sabe que o meu maior patrimônio é a honestidade, o trabalho que concretizo e os princípios éticos que orientam a minha ação social e política. Tudo que na vida realizo é com otimismo no discurso e muito realismo nas idéias, no pensamento. Logo estas palavras soltas, ditas a um amigo, se espalharão na rede e estarão sob severa análise e interpretações. Este é o preço de ser um intelectual engajado, ser professor, e assim, professar a liberdade de cátedra e o livre pensar...


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