(Minuta para debate e contribuições)
E ENTÃO, QUE QUEREIS?...
...Nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las...
(Maiakóvski; 1927).
Manifestamos o forte desejo de renovar o PT - Partido dos Trabalhadores no Maranhão e nos despirmos das vendas que sempre teimam, à esquerda ou à direita, em nossos olhos grudar.
Um novo PT é um PT vivo. Uma agremiação de homens e mulheres livres que lutam por liberdade, igualdade, democracia e pelo socialismo. Um coletivo político apto a dirigir com seus melhores quadros os destinos do Maranhão e dos municípios que conformam um estrato político tanto heterogêneo, quanto em sua maioria conservador, fisiológico e carente de referências éticas.
Mas, não produziremos o novo se não limparmos as coisas velhas e sujas da política, embora sejamos conscientes de que sapos, lagartos e uma boa dose de poeira e um tanto de lixo é necessário por vezes tragar e deglutir. As alianças políticas, compromissos eleitorais e governos de coalizão são uma necessidade para chegar e permanecer no poder. É uma condição sine qua non de existência do jogo democrático. Os governos são provisórios e os Partidos Políticos existem com um sentido de permanência. Por isso, temos a convicção que o tempo está ao nosso favor.
Nesse passo, lembremos de Agostinho Neto, homem simples de uma aldeia africana que se tornou médico, líder do MPLA (Movimento para Libertação de Angola), e primeiro Presidente de seu país, após a libertação de Portugal:
“Não basta que seja pura a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.
Dos que vieram e conosco se aliaram muitos traziam sombras
no olhar e intenções estranhas.
Para alguns deles a razão da luta era só ódio: um ódio antigo
centrado e surdo como uma lança.
Para alguns outros era uma bolsa vazia (queriam enchê-la)
queriam enchê-la com coisas sujas inconfessáveis.
Outros viemos.
Lutar para nós é ver aquilo que o povo quer realizado.”.
Um novo PT alia de forma igualitária e inteligente os que batalham no campo por reforma agrária, os operários que lutam por melhores condições de trabalho nas fábricas, mas também professores, bancários, servidores públicos, profissionais liberais, pescadores, artistas e militantes culturais, pequenos e médios empresários do campo e das cidades.
O PT não é uma tábua lisa. Isso todos sabemos, mas ao invés de incendiários das crateras que sempre conduzem a colisões e lutas intestinas gerando inimigos mortais e rusgas intermináveis, queremos ser (co) - laboradores para contribuir na criação de um espaço de relações mais amistosas e debater idéias. É o que consideramos que realmente pode interessar e estimular compromissos éticos com novos filiados, arejar os mesmos militantes de sempre, afugentar os oportunistas e proporcionar o retorno de antigos simpatizantes.
Somos herdeiros dos fundadores do PT. O nosso partido não está nos extremos, mas no centro do debate político nacional, queremos que este debate se estenda pelo Maranhão afora, por isso mesmo, não somos simplesmente, governistas, estamos governo, não somos nem “sarneysistas”, tampouco “roseanistas”, integramos um partido político com a consciência histórica de que teremos a capacidade de liderarmos processos políticos com a força do diálogo e reforço do Estado Democrático de Direito que o país somente vai aos poucos construindo, e em relação ao qual, o Maranhão ainda está ainda muito distante.
A História é feita nas águas revoltas e não nos remansos calmos. Os acontecimentos se nos apresentam como pesadelos jamais no sono tranqüilo. Um importante marxista renovado da Escola de Frakfurt assim nos fala nas suas teses sobre o conceito de História:
“Há um quadro de (Paul) Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés.
Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las.
Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos de progresso.”
(Walter Benjamin, “Obras Escolhidas”, tradução: Sérgio Paulo Rouanet, 1994 – 7.ed. Editora Brasiliense. p.226).
O futuro não está dado, de antemão não nos conduz ao sucesso ou a tragédia, é sempre um construído, no nosso caso, o desejo é o de que seja uma obra de muitas mãos, inclusive as nossas, sem personalismos, líderes messiânicos, falsos profetas, o processo histórico inventa e reinventa novas lideranças, mas para tanto é necessário que as estrturas estejam de poros abertos, para respirar, transpirar e inspirar um partido de massas nos moldes do modelo que o PT hoje se constitui.
Afinal, nada de grandioso se fará sem paixão!
Subscrevem este Manifesto por um NOVO PT no Maranhão:
Dimas Salustiano – Advogado. Professor de Direito Constitucional da UFMA.
Caro Dr. Dimas Salustiano,
ResponderExcluirAntes de tudo, uma pergunta: a que tipo de "liberdade, igualdade, democracia e pelo socialismo" essa "agremiação de homens e mulheres livres" a que o Sr. chama de novo PT nos conduziria? A uma ressurreição da extinta (regozijem os céus!) União Soviética na terra brasilis? À esfomeada e chantagista Coréia do Norte? À reconstrução do socialista muro de Berlim? À decrépita e moribunda (o fim se arrasta, mas não falha!) Cuba dos milhares de mortos, território “livre” (de imprensa livre, de pensamento livre, de dissidência livre...) das Américas (não perguntem sobre isso aos cubanos que, desprezando o “paraíso socialista”, fugiram para o “inferno” americano em Miami e de lá sustentam com os seus “amaldiçoados” dólares a “economia” cubana; é bom lembrar que alguns desses cegos capitalistas-esportistas queriam viver no Brasil e foram mandados de volta pelo governo socialista do ... bem, do velho PT)? À China (qual delas: à de Mao ou à de hoje, ambas com a Praça da Paz Celestial)? Às nações socialistas do leste europeu antes do pontapé que deram no traseiro do... socialismo? E por aí vão...
Em segundo lugar, sua lírica retórica que procura justificar o novo PT é a mesma do velho PT que me enganou durante muitos anos, até que fui acordado pelo mensalão, pelos gritos dos dossiês fabricados para servirem de fofo-fogo e fogo-amigo, pelas cicio das artes do afável Palocci que esmaga um simples caseiro e “explica e continua dando explicações” a senadores do PT (é coisa apara se gargalhar três dias sem parar”) a respeito de sua súbita ( 20 vezes mais súbita) riqueza (isso é que socialismo do velho PT! Será diferente no novo?), pela divisão de brasileiros - ao arrepio da Constituição, o Sr. Bem sabe disso – entre os que não têm “história” e os francenildos da vida que podem ser incomodados, questionados em sua vida até a privada e os que – como Sarney e agora Palocci, o Pelé do velho PT, que não pode ficar no banco não importa quantas faltas tenha cometido (que achincalhe ao glorioso Pelé!) – têm “história no Brasil suficiente para que não seja[m] tratado[s] como se fosse[m] ... pessoa[s] comum[uns].” ( o Sr. que profetiza um novo PT insurgiu-se, manifestou-se contra essa violência à democracia, à Constituição?). E tantas outras ilegalidades e imoralidades que não mereceram sequer uma “grevezinha de fome de pipoca” de determinados autênticos do velho-novo PT (escrevi para blogs dizendo que, por mim, podiam morrer de fome, pois eu não mais cairia na surrada estratégia de “vitimização” petista). Enfim, o discurso é o mesmo sem tirar nem por...
Não, Sr. Dimas, seu novo PT antes de nascer já está velho sem que possa ocorrer aí "O Estranho Caso de Benjamin Button", que como todos sabemos é uma ficção. O socialismo é foi e é um desastre onde quer que tenha escapado dos acadêmicos manuais de política para as vidas dos indivíduos e da sociedade como um todo. Fome, Opressão e Morte, eis as suas marcas.
PT, novo e velho, Requiescat in pace non (se me não falha o tradutor do Google).
Caro Dr. Dimas,
ResponderExcluirComo não encontrei a carta de Dilma Rousseff a Fernando Henrique Cardoso por ocasião dos 80 anos do ex-presidente (sábado último), tomo a liberdade de usar o espaço do comentário para exibir o texto da carta. Ao final o endereço eletrônico onde a acarta pode ser lida:
“Em seus 80 anos há muitas características do senhor Fernando Henrique Cardoso a homenagear. O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica. Mas quero aqui destacar também o democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje. Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato. Fernando Henrique foi o primeiro presidente eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor oposicionista igualmente eleito. Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias. Querido presidente, meus parabéns e um afetuoso abraço!”
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