sexta-feira, 29 de abril de 2011

Brasil deve criar 1,7 milhão de vagas em 2011, diz Ipea

Micro e pequenas empresas não terão problema para contratar mão de obra qualificada.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira (28), em São Paulo, estima que a economia brasileira criará 1,7 milhão de empregos em 2011. Já o número total de profissionais contratados deve chegar a 21 milhões, levando em conta as 19,3 milhões de vagas que devem ser preenchidas em razão da rotatividade no mercado de trabalho.

Segundo o Ipea, porém, o número de contratações não será suficiente para empregar todos os profissionais qualificados, já que o país chegará ao fim do ao com 22 milhões de trabalhadores com qualificação profissional. Nesta conta, entram os que estão desempregados por conta da rotatividade (19,3 milhões), os cerca de dois milhões de desempregados qualificados, mais os 762 mil trabalhadores que entram no mercado já com qualificação e experiência profissional.

O levantamento considera a expectativa de crescimento da ordem de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e utiliza informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego; e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

O estudo mostra, ainda, que um milhão de trabalhadores com experiência e qualificação profissional ficará desempregado. Isso porque, segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, há desigualdades de oportunidades em setores e nos estados. "Não temos do ponto de vista global escassez de mão de obra, mas quando o recorte é feito por setores e estados não há vagas ou as vagas existentes não são preenchidas por falta de qualificação".

O problema está concentrado principalmente nas grandes empresas. Segundo o economista, as micro e pequenas empresas, que empregam 80% dos trabalhadores no país, não terão problemas em relação à mão de obra. "Os pequenos negócios absorvem mais pessoas e são mais flexíveis em relação à qualificação".

Para ele, o gargalo da mão-de-obra na pequena empresa está na dificuldade de seleção para a vaga e na questão salarial. "A maior rotatividade de mão-de-obra acontece nas pequenas empresas. No Brasil, aliás, a rotatividade é muito grande, em torno de 40% das pessoas empregadas".

Possibilidades

O economista defende a criação de um organismo nacional de intermediação de mão de obra que possa recolocar trabalhadores de uma determinada região em outra onde há escassez de pessoas. "Eu acredito que se esse organismo for criado teremos um avanço na queda do desemprego no país. O que está acontecendo agora é um grande desequilíbrio em alguns setores e estados brasileiros".

Segundo ele, a intermediação de mão de obra ajudaria principalmente as micro e pequenas empresas do interior do país que têm grandes dificuldades de recrutar trabalhadores em suas localidades.

*Fonte: www.imirante.com (Imirante, com informações da Agência Sebrae)

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