segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mina de ouro, platina e paládio começa a ser implantada em Serra Pelada

Em área próxima ao antigo garimpo, projeto mineral desperta atenção mundial

Em plena região amazônica, mais especificamente no Sul do Estado do Pará, além dos projetos minerais de uma das maiores mineradoras do mundo, a brasileira Vale, um empreendimento de menor porte chama a atenção do mundo: a mina Nova Serra Pelada.

A mina representa – como o nome diz – a nova fase de Serra Pelada, que abrigou por vários anos a mais rica e densamente povoada área de garimpo do País. Com a extinção da atividade nos anos 90 pelo governo federal, restou a desestruturada Vila de Serra Pelada, com moradores que não usufruíram as riquezas proporcionadas pelo ouro, a platina e o paládio encontrados naquela região.

Nova Serra Pelada é a redenção da antiga Vila. O garimpo extraía o ouro de maneira artesanal, impactando negativamente o meio ambiente. Já a mina empresarial é fruto de amplo planejamento. É um projeto que evidencia a sustentabilidade. Prevê investimentos diretos na melhoria da qualidade de vida da população local, com estímulos ao comércio e a agroindústria, além de promover a recuperação do meio ambiente após a fase de mineração.

A mina subterrânea será acessada por meio de 4km de plano inclinado e galerias e utilizará o método “corte e preenchimento descendente” para a lavra do minério. O túnel já está sendo perfurado. A mina está projetada para produzir 1000 toneladas/dia de minério que serão beneficiados em uma planta convencional construída junto à mina e que produzirá aproximadamente três toneladas de ouro, além de platina e paládio, por ano. Esta planta industrial irá processar o minério bruto, transformando-os em barras prontas para comercialização.

O investimento efetuado em pesquisa mineral até agosto de 2010 foi de R$49 milhões. Para a abertura da mina e a construção da planta serão necessários adicionais R$115 milhões, a serem investidos até dezembro de 2011.

O projeto mineral de Nova Serra Pelada resulta de uma inédita sociedade entre a mineradora Colossus Geologia e Participações – empresa brasileira do grupo canadense Colossus Minerals Inc. – e a cooperativa de ex-garimpeiros de Serra Pelada, a Coomigasp. A parceria pode ser encarada como um importante teste – um laboratório em tempo real – de uma solução que pode vir a ser aplicada às demais áreas em que ainda há atividade garimpeira, especialmente na região amazônica.

Ouro de alto teor em Serra Pelada

A mineradora Colossus identificou em Serra Pelada concentração de ouro que pode variar de 7,5 a 20 gramas por tonelada. É um teor considerado elevado, em comparação com outras minas em atividade no Brasil. Para efeito de comparação, a mina de ouro em Paracatu, em Minas Gerais, apresenta uma concentração média de 0,45 grama de ouro por tonelada, e ainda assim é rentável por causa do alto preço ado metal. A concentração em Serra Pelada é, portanto, excepcional.

“Riquezas” antes de extrair o ouro

O empreendimento só deverá começar a extrair minérios em meados de 2012, mas os moradores de Serra Pelada e da sede do Município de Curionópolis já sentem as vantagens de contar com uma mineradora em suas redondezas. Ou seja, não é preciso esperar pelo ouro, platina ou paládio para usufruir as melhorias advindas da mineração.

Muitas obras foram e estão sendo feitas ou custeadas pela mineradora Colossus em estreita parceria com a prefeitura de Curionópolis. Assim é que foi possível recuperar a estrada de chão que liga a Vila de Serra Pelada à rodovia PA-275 e, consequentemente, às cidades próximas. Até então, o trajeto na esburacada estrada era feito em 1h30 e agora os moradores trafegam livremente e contam com serviços de van e transporte público.

As escolas públicas e o posto de saúde da Vila também foram beneficiados com obras de recuperação. Em breve, será implantado um posto policial para a Polícia Militar. A mineradora sustenta campanhas de assistência à população da vila, conduz programas de requalificação profissional, entre outras ações voltadas a promover saúde, educação e infraestrutura.

Salto no IDH

Com essas intervenções positivas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Serra Pelada poderá dar um salto em pouco tempo; algo muito significativo em um local desprovido de saneamento básico, calçamento e casas de alvenaria e com elevados índices de incidência de doenças graves, como Aids.e hanseníase.

“Agora, a região tem nova oportunidade de organizar seu desenvolvimento, dessa vez, de forma sustentável graças à mineração empresarial moderna, consciente das responsabilidades com a comunidade e com o meio ambiente ao exercer sua atividade produtiva", diz o diretor da companhia, Darci Henrique Lindenmayer.

A garantia de que a operação minerária na Nova Serra Pelada seguirá os preceitos da sustentabilidade está lastreada em cada dólar investido em papéis da Colossus Minerals Inc. na bolsa de Toronto. Afinal, qualquer desvio nessa trajetória é um risco à imagem da companhia e, consequentemente, à valorização dos títulos negociados.

“Os minérios ao serem extraídos se tornarão riquezas para o Brasil. Serão destinados à indústria nacional e exportados, gerando bens de consumo e divisas”, diz Lindenmayer, assegurando que as intervenções no ambiente serão compensadas conforme a legislação.

Essas intervenções ocorrem apenas no período de mineração e depois as áreas são totalmente recuperadas. Em vez do mercúrio que poluiu rios e a terra em Serra Pelada na fase final do garimpo, a companhia utilizará tecnologia de ponta para evitar danos ao ambiente. “O processo é transparente, é auditado (auditoria externa internacional KPMG) e todos os dados sobre o projeto são públicos, afinal, a Colossus é uma empresa de capital aberto”, afirma Darci. Essas informações podem ser acessadas pela Internet no endereço www.sedar.ca, onde as empresa registradas na bolsa de Toronto são obrigadas por regulamento a disponibilizar dados detalhados sobre suas operações.

Resistências

Apesar das evidentes vantagens para aquela região paraense, o projeto foi recentemente contestado pelo Ministério Público Federal (MPF). No entanto, por decisão do Juiz Federal da Vara Única de Marabá, Carlos Henrique Haddad, o pedido do MPF para interromper a mina não foi aceito e o projeto segue em implantação.

A direção da Colossus sustenta que Nova Serra Pelada está embasada em contrato perfeitamente respaldado pela legislação brasileira, devidamente acompanhado pelo Ministério de Minas e Energia. E toda a documentação foi colocada à disposição da Justiça para evitar outras ações judiciais que prejudiquem o cronograma de desenvolvimento da mina.

Os fatos que cercam a mina Nova Serra Pelada

A mina de Nova Serra Pelada está situada em um terreno de 100 hectares, bem próxima ao antigo garimpo. A área corresponde à Portaria de Lavra concedida à Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, ou SPCDM. Esta empresa é fruto da parceria entre a Coomigasp e a brasileira Colossus, após o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa realizados durante os anos de 2007, 2008 e 2009. O relatório final foi aprovado pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério de Minas e Energia.

Depois de duas assembleias, as últimas realizadas em 28 de agosto e em 27 de outubro deste ano, em Curionópolis, com cerca de 15 mil garimpeiros filiados, a Coomigasp cedeu os direitos sobre a Portaria de Lavra à empresa SPCDM, que tem participação acionária da Colossus e da Coomigasp.

Como a cooperativa não dispõe de recursos para investir e são necessários muitos milhões de reais para bancar o projeto, a participação da Coomigasp na SPCDM foi estabelecida em 25% em comum acordo. Por orientação do Ministério de Minas e Energia, o contrato prevê que este percentual não poderá ser reduzido. Ou seja, sem fazer investimentos, mas tendo cedido a Portaria de Lavra, a Coomigasp terá um quarto da SPCDM, além de prêmios relacionados às quantidades de ouro, platina e paládio que serão retirados do subsolo.

*Fonte: www.abn.com.br

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