quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aporte no Panamericano não tem similaridade com Proer, diz Meirelles

Banco recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantido de Crédito. Presidente do BC destaca que não há dinheiro público no negócio.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (11) que o aporte de R$ 2,5 bilhões recebidos pelo Banco Panamericano do Fundo Garantidor de Crédito “não tem nenhuma similaridade” com o Proer, programa de reestruturação do sistema bancário realizado na década de 1990 que utilizou recursos da União para sanear o sistema.

Meirelles está no Congresso onde participará de uma audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Antes, ele deu uma entrevista no gabinete do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

“Não tem nenhuma similaridade com o Proer, que foi uma operação para resolver problemas dos bancos, foi aprovada uma lei onde o poder público fez empréstimos para bancos que estão ainda a ser pagos. Agora é uma operação diferente, uma operação privada”, disse o presidente do BC.

Dinheiro estatal

O presidente do BC destacou que não há “dinheiro público” no aporte feito ao Banco Panamericano. “A solução dada pelo acionista controlador e pelo Fundo Garantidor de Crédito foi importante para solucionar o problema e foi sem o uso de um centavo de dinheiro público na negociação”.

Em dezembro de 2009, o banco estatal Caixa Econômica Federal pagou R$ 739,2 milhões para comprar 49% do capital votante do Panamericano. Antes da compra o banco do grupo Silvio Santos foi examinado pelas auditorias KMPG e Deloitte, mas o rombo nas contas não foi detectado.

Meirelles afirmou que a solução foi importante para evitar que houvesse risco para o sistema bancário. “É uma solução que atende ao sistema mantendo a normalidade da instituição”.

O Fundo é uma entidade gerida pelos próprios bancos privados e para conseguir o aporte o empresário Silvio Santos colocou empresas do seu grupo como garantia, entre elas a rede de televisão SBT e o Baú da Felicidade.

Na quarta-feira (10), o diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, disse que há operações de carteiras de crédito que podem estar irregulares há três ou quatro anos.

Reação rápida

Nesta quinta, Meirelles lembrou que as fraudes no balanço do Panamericano fora detectadas pelo Banco Central e negou que houve demora em se perceber os problemas do banco.

“O Banco Central agiu a tempo e a hora. É raro uma situação em que o Banco Central examina o problema a tempo dos problemas serem resolvidos, em que há um aporte do controlador nos parâmetros da lei e um suporte do Fundo Garantidor de Crédito. É uma situação que não causa prejuízo aos acionistas minoritários, aos depositantes, a outras instituições e não causa prejuízo aos cofres da União”.

Ele destacou que problemas registrados nos bancos em outros países nos últimos anos só foram resolvidos com dinheiro público. “Se nós olharmos os Estados Unidos, a Europa, a Ásia, sempre tivemos uma situação de garnde perda do poder público ou dos depositantes, neste nosso caso o controlador ficou com o prejuízo e o Fundo Garantidor de Crédito cumpriu sua missão”. (Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília )

*Fonte: g1.globo.com

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