Brasil possui 70,2 milhões de consumidores de produtos piratas
RIO - O número de brasileiros que consomem produtos piratas cresceu em 13,8 milhões de pessoas entre 2006 e 2010, segundo dados divulgados hoje pela Fecomércio-RJ, com base em pesquisa realizada pelo instituto Ipsos.
Em 2006, 42% dos entrevistados admitiram ter comprado alguma mercadoria falsificada, patamar que subiu para 48% este ano em todo o país. No total, o país tem, de acordo com o levantamento, 70,2 milhões de consumidores de produtos piratas.
O superintendente de economia e pesquisa da Fecomércio-RJ, João Gomes, a entrada no mercado de novos consumidores que deixaram as classes D e E e passaram para a classe C contribuiu para aumentar a incidência de compradores de produtos ilícitos. Na visão do economista, esses novos consumidores não foram alvos de pesquisas anteriores e tem menos informações sobre os malefícios que podem ser causados pelos produtos pirateados.
"É o novo consumidor que sai das classes D e E para a classe C e tem menos informação, menos consciência e disposto a comprar qualquer produto pirata considerando só o preço", disse Gomes, acrescentando que as classes C, D e E consomem por ano R$ 300 bilhões a mais que as classes A e B.
Segundo a pesquisa, 94% dos consumidores que adquiriram algum produto pirata o fez devido aos preços mais convidativos, enquanto apenas 2% apontaram que o objetivo era alcançar o "status" que o produto original traria.
O economista frisou que a falta de informação sobre os produtos piratas contribui para uma tendência de aumento no consumo desse tipo de mercadoria. Entre os produtos mais afetados estão os CDs, cujas cópias piratas foram adquiridas por 79% dos entrevistados, contra 86% na pesquisa de 2006. O maior aumento ficou com os DVDs, que passaram de 35% para 77% nesta comparação.
Para combater esse novo salto da pirataria, a Fecomércio começa esta semana uma campanha de conscientização, com peças de propaganda espalhadas por diversos pontos do Rio de Janeiro, como o metrô.
"Vamos trabalhar junto aos nossos sindicatos afiliados e à rede do Sesc para conscientizar a população", disse o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, lembrando que o foco das propagandas é o efeito nocivo que os produtos piratas podem ter sobre os familiares dos consumidores.
Para o secretário executivo do Ministério da Justiça, Rafael Favetti, a principal conclusão do estudo é ruim, uma vez que aumentou o percentual de compradores de produtos piratas. Para ele, uma mudança necessária é a atual percepção de que os profissionais envolvidos com pirataria são "coitados que não têm alternativa".
"Quem produz pirataria é ligado a algum tipo de crime organizado", ressaltou Favetti, que se baseou nas apreensões feitas pela polícia nos últimos anos. "A pirataria também é um dos maiores responsáveis pelo trabalho escravo", acrescentou.
*Fonte:http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=66053
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