quarta-feira, 29 de junho de 2011

BC sobe de novo estimativa de inflação para 2011, que já beira 6%

Com isso, previsão se distancia do centro da meta de inflação de 4,5%.
Autoridade monetária também sobe expectativa para o IPCA de 2012.

O Banco Central elevou nesta quarta-feira (29) a sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, informou a autoridade monetária por meio do relatório de inflação do segundo trimestre.

A previsão anterior, feita em março do ano passado, era de que a inflação ficasse por volta de 5,6% em 2011. No documento divulgado nesta quarta, a expectativa da autoridade monetária avançou para 5,8%. Para 2012, a expectativa de inflação da autoridade monetária, que estava em 4,6%, avançou para um valor mais próximo de 5%.

Apesar do aumento de sua estimativa de inflação, o Banco Central ainda prevê menos inflação do que o mercado financeiro. Os economistas dos bancos acreditam que o IPCA ficará por volta de 6,16% neste ano e de 5,15% em 2012.

Cenário de mercado

No chamado "cenário de mercado", que utiliza as projeções dos economistas das instituições financeiras e que, portanto, é considerado mais factível, a projeção do BC para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,6%, em março deste ano, para 5,8% no documento divulgado nesta quarta-feira (29). Para 2012, a projeção subiu de 4,6% para 4,9%.

Cenário de referência

No chamado "cenário de referência", a projeção do Banco Central para o IPCA de 2011 passou de 5,6%, em março, para 5,8% no relatório de inflação divulgado hoje. Para 2012, a estimativa do BC para a inflação recuou de 4,6% para 4,8%. Este cenário não considera a expectativa dos economistas do mercado financeiro de subida dos juros por parte do BC. O mercado acredita que os juros subirão dos atuais 12,25% ao ano para 12,50% ao ano em julho.

'Certa moderação'

De acordo com o relatório de inflação, apesar do crescimento registrado no começo deste ano, em função da subida dos preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro e alimentos), a inflação mensal brasileira mostra "certa moderação", em parte, reflexo do arrefecimento dos preços dos alimentos e da reversão, em casos específicos, de reajustes de preços administrados ocorridos no primeiro trimestre deste ano. "Ressalte-se que as taxas de inflação acumuladas em doze meses seguem em elevação, mas com perspectiva de reversão no segundo semestre de 2011", acrescentou a autoridade monetária.

Sistema de metas para a inflação

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

A autoridade monetária também já sinalizou que não estaria mais buscando, por meio dos juros e do compulsório (instrumentos que tem à disposição), o centro da meta de inflação neste ano. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, avaliou em março deste ano que seria "aceitável" um IPCA acima do centro da meta, em 2011, por conta da redução da oferta de alimentos - que pressionou para cima os preços no começo do ano.

Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira está em 12,25% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2009. Para buscar as metas de inflação, a autoridade monetária já subiu os juros em quatro oportunidades neste ano e a expectativa dos analistas do mercado financeiro é de que a taxa avançará novamente em julho, para 12,50% ao ano - patamar no qual deverá fechar este ano.

*Fonte: www.g1.com.br

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