A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado César Pires (DEM), vai tentar agendar uma reunião entre o governo do Estado e o Sindicato dos Professores (Sinproesemma) com o objetivo de dar fim à greve que paralisa as aulas nas escolas públicas há 29 dias. Este foi um dos pontos deliberados na reunião realizada ontem, 29, na Presidência da Assembleia, com a presença de deputados e professores.
A reunião, conduzida pelo 1º vice-presidente da Assembleia, deputado Marcos Caldas (PRB), contou com a presença de 10 professores, representando o Sinproesemma e a base da categoria, e os seguintes deputados: César Pires, Rubens Junior (PCdoB), Cleide Coutinho (PSDB), Bira do Pindaré (PT), Gardênia Castelo (PSDB), Carlinhos Amorim (PDT), André Fufuca (PSDB), Marcelo Tavares (PSB), Eduardo Braide (PMN), Neto Evangelista (PSDB), Roberto Costa (PMDB), Valéria Macedo (PDT) e Edilázio Junior (PV).
Os parlamentares tiveram a oportunidade de ouvir esclarecimentos dos representantes dos professores sobre os motivos que os levaram à greve, que já dura 29 dias. O presidente do Sinproessema, Julio Pereira, explicou que não se trata de uma mobilização irresponsável para prejudicar ninguém, mas a paralisação foi a última opção dos professores diante da falta de consenso com o governo em atender a pauta de reivindicação.
Causa do impasse - O professor Marcelo Pinto informou as causas do impasse com o governo. Segundo ele, há necessidade de a governadora encaminhar para a Assembleia projeto de um novo Estatuto do Magistério, com as devidas adequações. Uma delas é a tabela salarial, cujo percentual de reajuste proposto pelos professores não conta com a aprovação do governo.
De acordo com Marcelo, o governo apresentou como proposta 10% de reajuste salarial aos professores a partir de outubro de 2011 e o sindicato rejeitou. Dentre as reivindicações dos professores está a progressão na carreira e a titularização, ou seja, a valorização salarial daqueles que têm títulos de especialização, mestrado ou doutorado.
Posição dos deputados - Durante a reunião, manifestaram-se deputados da base do governo e oposicionistas. Todos aceitaram a proposta do deputado César Pires de tentar abrir um canal de diálogo entre grevistas e o governo. César se propôs a conversar com a secretária Olga Simão (Educação) para que esta compareça à Assembleia para negociar com as lideranças.
O líder da oposição, Marcelo Tavares, disse que os deputados do bloco de oposição já analisam a possibilidade de convocar a secretária Olga Simão para comparecer à Assembleia, já que houve recusa a um convite anterior. Marcelo e os demais oposicionistas aprovaram a proposta de César Pires de tentar marcar uma reunião entre a representante do governo e os professores, mas desde que o local do encontro seja a Assembleia.
A proposta de realização de uma audiência pública sobre a greve chegou a ser cogitada pelo deputado Rubens Junior, mas não ganhou apoio dos deputados do governo. O deputado Bira do Pindaré sugeriu que o presidente da Comissão de Educação agende uma reunião com a governadora Roseana Sarney (PMDB) para que nela estejam presentes as lideranças do movimento e um grupo de deputados. "Precisamos chegar a um consenso".
Ao se manifestar, o deputado Roberto Costa pediu que a mobilização dos professores não seja partidarizada, lembrando que a situação está se agravando e que os maiores prejudicados são cerca de 500 mil alunos das escolas públicas do estado. Ele disse que não é contra a greve, mas que deve ser observada a limitação orçamentária do Estado para atender as reivindicações dos professores.
O mesmo posicionamento foi compartilhado pelo deputado Eduardo Braide (PMN), que também acha a reivindicação justa, mas tem que se levar em conta a possibilidade financeira do governo.
Ao finalizar a reunião, o deputado Marcos Caldas informou aos professores que a Assembleia Legislativa está de portas abertas a todas as categorias e que vai atuar de forma incisiva na busca por um acordo que dê fim à greve e atenda às duas partes.
Sobre o fato de efetivo da Polícia Militar ter tentado impedir o acesso dos professores à sede do Legislativo na manhã de ontem, Marcos Caldas esclareceu que o pedido para intervenção da PM não partiu do Legislativo. Pela liderança do governo, o deputado Roberto Costa informou que a solicitação do efetivo da PM também não foi feita pelo Executivo.
*Fonte: www.oprogresso-ma.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário