A Caixa Econômica Federal ainda tem R$ 39 bilhões disponíveis para emprestar para quem quiser comprar a casa própria até o fim do ano. Dos R$ 84 bilhões previstos para serem destinados ao setor de habitação em 2011, R$ 45 bilhões já foram contratados até o início de agosto.
O Estado de São Paulo corresponde a 25% da demanda por crédito para moradia, o que, nesse total de recursos, representa R$ 9,75 bilhões.
O dinheiro destinado para o financiamento de imóveis pode ser ainda maior, de acordo com o banco estatal. Como o movimento de contratação dos financiamentos costuma ser maior no segundo semestre, a previsão para o ano deve ser analisada nos próximos meses e pode chegar a R$ 90 bilhões. Essa seria a segunda revisão para cima do volume destinado ao financiamento feita pela Caixa.
No primeiro semestre deste ano foram realizados R$ 34,7 bilhões em negócios imobiliários pelo banco. O valor é 20% maior do que o movimentado no mesmo período do ano passado, informou ontem o vice-presidente de governo e habitação do banco, José Urbano Duarte.
“Esse crescimento não contabiliza os contratos do programa Minha Casa, Minha Vida de zero a três salários mínimos feitos no primeiro semestre do ano passado, pois não tivemos esse tipo de contratação nos primeiros seis meses deste ano”, explicou Duarte.
Se essa modalidade estivesse contabilizada, o volume de crédito imobiliário concedido seria 3,4% superior na comparação entre o mesmo período dos dois anos.
Ao todo foram 496.351 unidades financiadas nos seis primeiros meses deste ano, sendo 51% dos contratos para pessoas que ganham até dez salários mínimos e se incluem programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Desempenho
A Caixa detém 75% do mercado de financiamento imobiliário nacional, com uma carteira de R$129,3 bilhões emprestados. São três milhões de contratos, com prazo médio de pagamento de 181 meses e 80,4% dos clientes com idade de até 45 anos. A taxa de inadimplência em junho deste ano ficou em 1,72%.
Dos recursos da Caixa para financiamento imobiliário, 49,2% vêm do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 49,8% são de recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE).
Na opinião do presidente da instituição Jorge Hereda, não há temor de escassez de recursos para o financiamento imobiliário, como o setor de habitação já manifestou. “Estamos equacionados até 2013 e os recursos não vão acabar. A poupança não vai acabar. Se no ano que vem for necessário crescer 30% nesse setor, vamos crescer”, disse.
Hereda afirma que um possível agravamento da turbulência econômica que atinge Europa e Estados Unidos já está em discussão na instituição.
“Não vamos tomar uma medida prévia e adiantar a crise. Os bancos privados erraram em 2008 ao limitar o crédito e perderam mercado. Vamos cumprir o nosso papel, se o governo precisar”, afirmou Hereda.
A Caixa já analisa outras formas de levantar recursos para o crédito imobiliário. Uma seria a securitização dos ativos imobiliários, ou seja, transformar a dívida de financiamento em títulos comercializados no mercado financeiro.
Um teste já foi feito com esses títulos, no valor de R$ 250 milhões, para investidores com capital a partir de R$ 10 mil. “Tivemos êxito, com 1,6 mil investidores comprando esses títulos. Foi importante para sentir o apetite do investidor”, declarou Márcio Percival vice-presidente de finanças da Caixa.
*Fonte: www.estadao.com.br
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