O Programa representa um avanço no combate à
desertificação no Maranhão

Trata-se
de ação empreendida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos
Naturais (Sema), em conjunto com a organização não governamental Instituto
Maranhense de Recursos Hídricos (IMARH), com apoio financeiro do Ministério do
Meio Ambiente.
O
Programa representa um avanço no combate à desertificação no Maranhão, servindo
de instrumento para a elaboração de políticas públicas para a semiaridez,
considerando as particularidades das regiões do estado que apresentam essa
característica.
Conforme
o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Victor Mendes, o
PAE se insere em um conjunto de medidas empreendidas pela Sema desde o ano
passado. "A perspectiva é dotar o estado de instrumentos de controle e
prevenção para as principais demandas ambientais, como é o caso da desertificação".
Para a
elaboração do Plano, foram realizadas oficinas técnicas, com a participação de
vários segmentos da sociedade civil e de técnicos do órgão, propiciando um
diagnóstico atualizado da questão e medidas preventivas em curto, médio e longo
prazos. Além de medidas efetivas para combater e desertificação e diminuir os
efeitos da seca, a implementação do PAE pode abrir caminho para o
reconhecimento do Maranhão como área de semiárido.
Alguns
pontos do território maranhense, especialmente na porção leste, apresentam
elevada propensão para a desertificação, em função da baixa densidade
pluviométrica combinada com impactos socioeconômicos e ambientais de várias
ordens.
Apesar de
ter áreas suscetíveis à desertificação, o Maranhão foi excluído do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (Finor). Em 2005, na delimitação da
região semiárida brasileira, o estado acabou ficando de fora do Fundo pela
ausência de dados e estudos que comprovassem essa condição.
Segundo o
professor e consultor do PAE/MA José Amaro Nogueira, presidente do IMARH,
"os estudos que identificam essas áreas no Maranhão e a elaboração do
Programa podem contribuir para a reintegração do estado como área de semiárido,
facilitando o acesso a recursos para formulação de políticas públicas
específicas para o semiárido".
O
planejamento que resultou no PAE vem sendo feito desde 2010 com a realização de
oficinas em regiões como Baixo Parnaíba e toda a região leste do estado.
"O Maranhão tem áreas de semiárido e áreas suscetíveis à desertificação na
própria região do cerrado. Todo esse processo vai servir aos gestores públicos,
que poderão resultar na inserção do estado no Programa Nacional de Combate à
Desertificação", ressaltou José Amaro.
Entre as
proposições do programa estão o fortalecimento da Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para que o órgão, por exemplo, produza
estudos de desenvolvimento e de revitalização das redes de meteorologia e
monitoramento do clima no âmbito regional.
Diversidade
O Maranhão
é considerado como área de transição pela cobertura vegetal que apresenta:
33,44% de bioma Amazônico, além de 65,40% de Cerrado na Amazônia Legal e 1,16%
na caatinga.
A
desertificação é um problema que afeta um quinto da população mundial e um terço
da superfície da terra. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU),
registram-se a perda ou o comprometimento para uso agricultável de seis a sete
milhões de hectares por erosão em regiões áridas e semiáridas do planeta. Essas
áreas estão sujeitas à desertificação, fenômeno que está relacionado ao uso
incorreto dos recursos naturais e às mudanças climáticas globais.
"Conseguimos
em um ano e meio atualizar a agenda do estado com as políticas públicas
emanadas do Ministério do Meio Ambiente. Esse programa vai ser fundamental para
que o Governo Federal reconheça as áreas de desertificação presentes no
território maranhense, agora comprovadas cientificamente, para que possamos
receber aporte de recursos para combater o problema", afirmou Victor
Mendes.
*Fonte: http: www.tribunadotocantins.com.br
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