quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Iphan registra manifestações culturais como patrimônio imaterial brasileiro

Iphan registra manifestações culturais como patrimônio imaterial brasileiro

Ao som afro-brasileiro de tambores, mulheres com suas saias coloridas, puxadas por cantadores, giram em torno delas mesmas, em uma ciranda. Se revezam no interior da roda e trocam "umbigadas" ou "pungas"- um convite para que outra tome o centro da dança. Assim é o Tambor de Crioula, uma manifestação cultural típica do Maranhão.

Desde 2002, 19 manifestações como o Tambor de Crioula, o Círio de Nazaré, do Pará, e o jongo no Sudeste foram registradas como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico Cultural do Brasil (Iphan). Desde de terça-feira (10), tiveram o levantamento feito para os registros disponibilizados na internet, no Banco de Dados dos Bens Culturais Registrados (BCR).

São fotos, vídeos e músicas que ilustram informações em texto sobre os bens, como local de ocorrência, periodicidade e um pequeno relato sobre a manifestação. "Junto com o registro, o banco veio para dar visibilidade a esses bens e impedir que desapareçam", afirmou técnica da coordenação de registro do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan.

O banco de dados também orienta como uma manifestação cultural pode entrar na lista de bens. Para tanto, elas devem estar relacionadas à identidade de indivíduos ou de comunidades, como ocorre no caso da confecção da viola de cocho, no Centro-Oeste, e no de lugares, como a Feira de Caruru, em Pernambuco, além das rodas de capoeira que já se espalharam por todo o Brasil.

Para ter manifestação cultural ser registrada pelo Iphan, as associações de moradores, secretarias de Cultura ou entidades jurídicas devem procurar o órgão ou o Ministério da Cultura. Além de colher informações sobre a atividade ou lugar, o Iphan traçará com a comunidade, para efeito do registro, um plano para manter "viva" a prática cultural.

"O registro já é um meio de salvaguarda. Depois dele são feitas ações voltadas à continuidade [da manifestação]. No caso da viola de cocho, estabelecemos oficinas para transmitir o modo de fazê-las. Para o samba de roda [do Recôncavo Baiano] foi viabilizado um ponto de cultura no qual as pessoas podem ter acesso a ele", contou Luciana Luz.

Edição: João Carlos Rodrigues


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