sexta-feira, 7 de maio de 2010

O BAR DO GIL EM IMPERATRIZ DO MARANHÃO.

O Gil levanta cedo. Afinal um bom boteco necessita de suprimentos, logística, bebidas e petiscos. Todos os dias pontualmente às 11:00 horas as portas do célebre Bar do Gil já estão abertas.

O Gil para receber seus clientes e amigos, está sempre alinhado com cabelo e barba feitos, bem vestido, em mangas de camisa, calça social e sapatos brilhando, pronto para soltar sua voz inconfundível, aguda e vibrante. O seu ar comportado, sério e responsável nos apresenta um empreendedor nato, a música é de qualidade, coisa rara na cidade, o futebol ali tem pauta garantida e um traço indelével da Casa os acalorados debates e pendengas políticas que se repetem dia após outro.

Na confluência entre uma Universidade Pública, a UEMA – Universidade Estadual do Maranhão, uma Faculdade Particular, a FAMA – Faculdade Atenas Maranhense e um Canal de Televisão, o Bar do Gil, na esquina das Ruas Godofredo Viana com a Monte Castelo, é um ponto de encontro de professores, estudantes, boêmios, artistas, políticos e profissionais liberais. Os destinos da cidade invariavelmente são discutidos por lá, é um lugar privilegiado para preparação das teses políticas e também consagração das vitórias e afogamento das derrotas.

Talvez seja pretensioso, mas é um “lócus” de produção de saber, os debates são intensos, tem piada para todos os gostos, poesias declamadas, amizades reafirmadas, amores declarados, teses e projetos sonhados e alguns realizados, onde o impossível vira concreto e a imaginação ou cria asas ou vira uma pesada ressaca.

É uma espécie de lenda, o jeito direto do proprietário, confrontar seus interlocutores. O verniz de durão logo passa, e se nos apresenta, depois de um certo “estágio probatório”, o bom e velho tempo, coisa comum à gente de Imperatriz, como uma boa alma. Daí em diante tudo é possível, menos o fiado.

Tem um time, de nominata extensa, que só sai com o cisco, ou seja, na derradeira hora, após dezenas de saideiras. A disciplina do Gil e as obrigações do novo dia que não tarda a mostrar a cara, impõem o fechamento por volta da meia-noite, não sem antes serem ouvidas as costumeiras frívolas reclamações, na mesma balada dos shows de música: Mais uma! Mais uma...

O Gil é o eco das coisas sérias e engraçadas de Imperatriz. Ao seu burburinho é possível ouvir o que a cidade sugere e suas principais reivindicações, quais seus personagens ilustres e aqueles mal-afamados. Bem, aos poucos, como um filtro de integração à lógica da cidade, vai sendo possível aprender com o povo que por ali se mistura, mas igualmente apreender as coisas da terra, que venham do luxo ou do lixo, do público ou o privado, dos gabinetes ou das ruas, dos ricos ou dos pobres, dos poderosos ou dos desvalidos.

E como sói acontecer, nos melhores lugares da terra, deixo o meu agradecido abraço: ao dono da Casa o próprio Gil, ao mestre Adilon, ao mascote do bar nosso amigo Márcio Papel, irmãos e camaradas Fábio César, Clayton Noleto, Erick, Davidson, Krikati, Adonilson, Marco Aurélio e ao inesquecível amigo Júnior da River.

Um comentário:

  1. SO FALTOU MENSURAR QUE ENTRE ESSES FREQUENTADORES ASSIDUOS, EXISTE ALCOOLATRAS, QUE É A DOENÇA QUE MAIS CAUSA DONO NO SEIO FAMILIAR.

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