sexta-feira, 21 de maio de 2010

ENTRE A VIDA E A MORTE

Esta semana me voltei aos prazeres da vida. Preferi ao invés de reuniões de trabalho uma leitura desinteressada no terraço de casa. Os compromissos de escritório cederam lugar às galinhas do sítio, até que umas caipiras desafortunadas foram parar na panela. As colunas de política, embora sempre folheadas, não tiveram a mesma densidade que as revistas de arquitetura e decoração ou de palavras cruzadas.

Durante os últimos dias namorei intensamente minha mulher, sobrou assim também algum tempo, para procurar entender a adolescência do meu filho, que teima em não ser criança e nem adulto, assim vira uma espécie de ser humano que não é gente. Fui à feira, almocei com um irmão e parte da família, andei por ruas que não havia andado, comprei pão e fui ao barbeiro.

Tudo isso, estas pequenas coisas, fez sentir-me mais vivo e mais mortal. A insignificância da espécie humana tomada em doses homeopáticas faz muito bem a qualquer um. Mas, todas essas coisas e loisas miúdas, nos remetem a nossa própria dimensão e por vezes é um santo remédio para aproveitar melhor a vida – Carpe Diem. Principalmente, quando estamos diante de um obituário de alguns grandes homens, pessoas importantes, políticos ilustres ou amigos diletos...

E assim foi, durante toda esta semana, a martelar minhas reflexões sobre como nos comportar diante da maior certeza da vida - a morte!

Morreu no dia 12 de maio, por volta das 3h30, de uma quarta-feira, vítima de insuficiência respiratória aguda, no Hospital São Domingos em São Luís, o economista Afonso Celso Pantoja, 65 anos, foi presidente do Banco o Estado do Maranhão de 1991 até o fechamento do banco, em 1999. Era pai de uma ex-aluna do curso de Direito da UFMA, topou debater sobre Economia Política na nossa época de Movimento Estudantil.

Faleceu no dia 15 de maio, pela madrugada de sábado, o ex-presidente da Assembléia Legislativa do Maranhão, deputado João Evangelista (PSDB), era meu vizinho no Condomínio Green Village, no Bairro do Calhau. Já não o vejo e não verei mais, caminhado ao lado da minha casa lutando contra a doença.

Exalou o último suspiro, no dia 17 de maio, segunda-feira, em Imperatriz – MA, o jornalista e advogado, Jurivê de Macedo, colunista do Jornal O Estado do Maranhão e ex-presidente da Associação de Imprensa da Região Tocantina (AIRT). Era Morador do Bairro Cristo Rei onde eu passo regularmente para ir à nossa UNISULMA e por vezes com ele trocava cumprimentos, e algumas idéias, como sempre bem humoradas.

Deixou de escrever e viver, no dia 18 de maio, última terça-feira, Walter Rodrigues, editor do “Blogue do Colunão”, trabalhou nos jornais O Estado do Maranhão, O Imparcial, Jornal Pequeno e O Debate. Um polemicista, o melhor arquivo sobre a péssima e a boa política do Maranhão. Era um observador atento e valia a pena com ele tomar um bom vinho.

Fechou os olhos e sorriso para sempre, no dia 19 de maio, quarta-feira, a jornalista, Telma Borges, 49 anos, em virtude de uma parada cardíaca. Trabalhou em O Imparcial, TV Ribamar e TV Difusora. Era entusiasta da luta de uns garotos nos quais me incluo que faziam o movimento estudantil na UFMA e depois na boa causa dos movimentos sociais no Maranhão.

Com todos eles tive algum contato, inventei idéias sobre a vida, troquei impressões sobre o mundo, polemizei uma vez por outra, tomei vinho, sonhei um mundo melhor. Agora resta saudade. Por todos eles, celebremos com entusiasmo a vida nossa de cada dia.

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