quarta-feira, 4 de julho de 2012

Produção do setor tem a nona queda consecutiva e recua 4,3% em maio


Produção do setor tem a nona queda consecutiva e recua 4,3% em maio

Sem condições de desaguar estoques, a indústria praticamente interrompeu o trabalho nas fábricas neste primeiro semestre e se concentrou em colocar no mercado o que estava encalhado. Em maio, a produção derreteu 4,3% em comparação a igual mês do ano passado - o pior desempenho desde setembro de 2009 (-7,6%), quando a crise desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers ainda afligia o Brasil e o mundo. Essa foi também a nona queda consecutiva do indicador e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor acumula perda de 3,4% apenas nos primeiros cinco meses do ano.

Os números, divulgados ontem, foram uma surpresa negativa para o governo que, sem opções, pode voltar a reforçar as ações no mercado de câmbio para valorizar o dólar frente ao real e deixar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior. Ficou claro para o Palácio do Planalto e para a equipe econômica que as medidas adotadas até agora para tirar o setor do atoleiro serviram apenas para que a indústria não afundasse ainda mais. Uma ala do governo, porém, acredita ser necessário esperar novos dados antes de uma intervenção mais severa. Esses técnicos ainda têm confiança de que os números de junho e julho devem ser mais robustos, puxados pela produção e venda de veículos.

Trava

Para Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, parte da queda da produção se deve às barreiras impostas pela Argentina a produtos brasileiros. "As exportações para a Argentina caíram 20% e isso se refletiu em aumento de estoques", disse. "Os argentinos podem ter apenas US$ 11 bilhões de déficit nas contas externas, caso contrário entram em uma crise cambial. Por isso, ficam travando as importações", explicou. Ele ponderou, entretanto, que este não é o único problema e listou a concessão de crédito mais seletiva, o elevado endividamento das famílias e a desconfiança dos empresários em relação à crise europeia como amarras para a indústria brasileira.

Dos 27 ramos observados pelo IBGE, 14 apresentaram queda na produção. Os que mais sofreram foram: equipamentos médico hospitalares (- 8%); equipamentos elétricos e de comunicação (-4,5%); farmacêutico (-4,3%); e calçados e alimentos (-2,8%). Os únicos que ficaram no azul foram o de mobiliário (0,9%), de veículos automotores (1,8%) e de produtos de metal (2,8%).

*Fonte: http://www.oimparcial.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário