terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dólar sobe 1,26%, para R$ 1,687 refletindo cena externa e alta do IOF

Dólar sobe 1,26%, para R$ 1,687 refletindo cena externa e alta do IOF

Eduardo Campos

SÃO PAULO - Depois de dois dias sem grandes oscilações, o dólar comercial subiu com força nesta terça-feira. Quem deu rumo ao câmbio foi a piora de ambiente externo aliada às novas medidas anunciadas pelo governo para tentar conter a valorização do real.

No encerramento do pregão, o dólar comercial apontava alta de 1,26%, a R$ 1,687 na venda. O dólar não subia tanto assim em um único dia desde 29 de junho. Cabe lembrar que na máxima a divisa foi a R$ 1,701. O giro estimado para o interbancário somou US$ 3,2 bilhões.

Na roda de "pronto", da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) o dólar subiu 1,06%, para R$ 1,6832. O volume subiu de US$ 38 milhões, para US$ 106,5 milhões.

Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF), o dólar para novembro apontava alta de 1,01% a R$ 1,694, antes do ajuste final de posições. Na máxima o contrato bateu R$ 1,704.

Segundo o sócio da consultoria Wagner Investimentos, Milton Wagner, a valorização da moeda americana nesta terça reflete mais a piora de humor externo do que as alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas ontem.

Para Wagner o imposto maior para renda fixa (de 4% para 6%) e nos depósitos de margem para operações na BMF (de 0,38% para 6%) dificilmente resolve o problema de valorização do real.

"Tentar segurar o real quando temos a maior taxa de juros do mundo e quando o Brasil mostra demanda interna é uma temeridade. A única solução passa por ajuste fiscal para que se possa diminuir a taxa de juros", explica.

Wagner discorda da forma de ação do governo, mas concorda com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, quanto a existência de uma "guerra de moedas" ao redor do mundo.

Segundo o especialista, os EUA desvalorizam sua moeda e vendem a ideia de que estão tomando medidas para estimular a economia. Esse quadro de dólar baixo cria a necessidade de uma "moeda alternativa". Por isso que o mercado assistiu a um forte aumento no preço das commodities e das ações mesmo com fracas perspectivas de crescimento no mundo desenvolvido.

No câmbio externo, a aversão ao risco cresceu depois que a China subiu sua taxa de juros e empresas americanas apresentaram fracos resultados trimestrais. Dentro desse ambiente, os investidores venderam ações e commodities e compraram dólares.

Há pouco, o Dollar Index, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moeda, subia 1,72%, para a 78,26 pontos. Já o euro perdia 1,58%, negociado na casa de US$ 1,37.

O VIX, vindo como termômetro do medo do mercado, subia mais de 10%, para 21,6 pontos. O índice capta a volatilidade das opções do mercado americano.

Nas bolsas, o Dow Jones se desvalorizava 1,78%, e o Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), caía 2,70%.


*Fonte: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=62546

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