Dimas Salustiano da Silva**
O Presidente do PT no
Maranhão, Washington Luiz, pode não ser o melhor da política, no entanto,
possui virtudes como a honestidade, serenidade, paciência, capacidade de
diálogo, decência e aversão ao nepotismo, que servem para angariar admiração
mesmo dos desafetos. Apesar disso, seus adversários de partido injustamente o
acusaram com forte repercussão na imprensa, de ladrão, corrupto, comandante da
máfia, chefe de quadrilha (utilizo as mesmas palavras como forma de medir a
mediocridade do debate interno petista). O que é isso companheiros?
A miséria da
política no Maranhão se manifesta nos momentos mais inusitados, nos casos
risíveis ou em outros dramáticos, como é o caso das enfermidades graves. Nessas
situações é que se definem os amigos (que são poucos) e os companheiros de
verdade (que não são muitos). A solidariedade brota, de onde menos se espera,
pode vir dos pouco engajados politicamente, dos religiosos, dos ditos alienados
ou dos setores à direita do espectro da política. A esquerda de um modo geral
está pronta para conspirações, para encontrar explicações jocosas, para
enxergar um ato espúrio, ávidos por um expurgo ou para tirar proveito
arquitetam maldades.
Na reta final
das eleições internas do PT, Washington, deu entrada em hospitais públicos nas
cidades de Santa Luzia do Tide e Santa Inês. Até sexta-feira, dia 14 de
outubro, com doença renal, problemas de pressão arterial e complicações na
vesícula encontrava-se internado pelo SUS, no Hospital Universitário da UFMA. O
“delinqüente” não possui sequer um plano privado de saúde.
Seus detratores
esqueceram em apreço à verdade, de informar que a casa onde mora, única que
possui há mais de vinte anos, que muitos já frequentaram na condição de aliados
ou protegidos políticos, é a mesma até hoje em um conhecido conjunto
habitacional de São Luís. Seu único carro é uma sambada camionete 2002,
adquirida quando estava no mandato de Deputado Federal. A companheira de
Washington, Alzira e suas filhas, uma é advogada e a outra arquiteta, todos
sabem, que não se utilizam do cabide dos empregos públicos. Washington é um
homem que vive para a política e para sua família.
Portanto, nesse
momento de dor e sofrimento. Cabe uma reflexão: Existem atitudes baixas e
hediondas que não devem ser praticadas contra o maior dos inimigos, porque
recriminadas e condenadas pelo senso comum e médio da civilidade, são por todos
enfim tidas como inaceitáveis.
E no mérito: É
possível, que quem se utiliza destas armas, possa edificar uma organização
partidária, com respeito, integridade, honestidade e ética? É muito pouco
provável. Isso só será possível com novos atores e renovação no campo das ideias
e das práticas políticas. Meu bom e velho companheiro petista Washington Luiz
te desejo saúde e sorte. Que Deus te livre dos que se dizem bons! Mas este,
ainda é um outro problema da esquerda, acreditar como no território da religião,
que só eles estão salvos, são éticos e infalíveis. Que coisa mais esquisita
essa companheiros!
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*O presente artigo foi originalmente publicado no Jornal Diário da Manhã
de 16/10/2005 em São Luís do Maranhão. Pode ser encontrado ainda no seguinte
endereço eletrônico: www.dimas-13.blog.uol.com.br
** Advogado. Professor de Direito Constitucional da UFMA. Mestre em
Direito pela UFPR. Doutorando em Direito do Estado pela PUC/SP e filiado ao PT.
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