Considero um despautério que no Maranhão só tenhamos uma Universidade Pública Estadual, pelo tamanho do Estado e sua incrível diversidade geográfica e cultural de há muito poderíamos ter seguido algumas experiências bem sucedidas no restante do país.
Cabe destacar o caso de São Paulo que possui a USP – Universidade de São Paulo, UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas e UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Logo os críticos de plantão, poderiam alegar que pela pujança econômica do Estado de São Paulo comparar realidades tão díspares seria inconveniente. Pois bem, mas, na Bahia a bem sucedida descentralização da produção do saber se concretiza com a existência das seguintes Universidades Estaduais: i) UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; ii) UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz; iii) UNEB – Universidade do Estado da Bahia; e, iv) UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana. Outro exemplo é o Ceará, onde convivem as: i) UECE – Universidade Estadual do Ceará; UVA - Universidade Estadual do Vale do Acaraú; URCA – Universidade Regional do Cariri; e, CENTEC – Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará. Para concluir esse brevíssimo inventário, deve ser mencionado o prestigioso sistema estadual do Paraná que conta com pelo menos 10 (dez) Instituições de Ensino Superior, das quais destaco a UEL – Universidade Estadual de Londrina, a UEM – Universidade Estadual de Maringá e a UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Seguindo estas mesmas pegadas, resgato aqui uma antiga idéia, anseio de professores, estudantes, educadores, empresários e da classe política do Sul do Maranhão. A implantação da UNIVAT – Universidade Estadual do Vale do Tocantins, com abrangência que vai de Açailândia, Imperatriz, Grajaú, Balsas e as cidades circunjacentes. Que sejam ofertados concomitantemente à criação da nova Universidade cursos de impacto para a região tais como: Medicina e demais cursos na área de saúde, Engenharias com atenção para área Ambiental, Florestal e Civil e Tecnologia da Informação.
A mim me parece inadmissível que os cursos de Medicina Veterinária e Agronomia, por exemplo, estejam insulados na capital e não estejam presentes no corredor produtivo do agronegócio maranhense. A UEMA com todas as vênias possíveis não tem musculatura, nem sensibilidade, para estar presente e com raízes profundamente fincadas, de modo eficaz na Região Tocantina.
Sempre haverá um aloprado, que nunca provou da água do Tocantins, para dizer que não há verba, que não existe previsão orçamentária. Eis-nos, neste caso, diante de uma questão de vontade política. Instrumentos jurídicos existem para sua realização, basta manejá-los com inteligência.
A presente tese que ora defendo e ponho à baila para o debate, pode ganhar corpo com a realização de audiências públicas nas cidades pólo de abrangência da UNIVAT e em São Luís, capital do Estado. Vislumbro que são grandes as probabilidades de que a iniciativa privada ingresse como um grande parceiro neste novo projeto, principalmente empresas de porte como: CVRD, Aciaria de Açailândia, Indústria Suzano de papel e celulose, Hidrelétrica de Estreito e os Grupos Matheus, Liliani, Café Viana, AGROSERRA, MAITY, dentre outros.
Por óbvio, muito mais coisas poderiam aqui ser ditas, mas, para concluir, arrisco em afirmar que não há maior perversidade contra um povo, que o incentivo a exportação de seus cérebros, das inteligências dos filhos da terra, que se bem preparados em uma boa Universidade de sua região, estariam aptos a pensarem os problemas e desafios de sua cidade e assim encontrar as soluções, as saídas que os forasteiros não conseguem achar. Todo o Sul do Maranhão não vai mais enviar seus filhos, com altos custos para: Brasília, Belém, Goiânia, Palmas, Anápolis e sabe-se mais lá por onde. E desse modo, simplesmente perdê-los para o mundo. Esse é um sonho possível. Basta querermos e nós assim desejamos.
caros Dimaas:
ResponderExcluirEssa discussão tem sido feita por nós da sociedade civil imperatrizense, bem como algumas lideranças sindicais e academicas. Inclusive estamos elaborando (ja em fase final) um documentário sobre a situação da Universidade e a criação de IES do sul do
Maranhão.
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